São Paulo, sábado, 30 de novembro de 2002

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CHUVAS

Companhia de trens diz, no entanto, acreditar que a estação volte a funcionar antes do fim do prazo dado pela Sabesp

Estação da Luz pode ficar fechada 15 dias

DA REPORTAGEM LOCAL

A Estação da Luz, no centro de São Paulo, pode permanecer fechada nos próximos 15 dias.
A previsão, segundo a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), foi dada a partir do prazo pedido pela Sabesp (responsável pelo saneamento), para realizar reparos no local. A companhia de trens disse acreditar, no entanto, que estação volte a funcionar antes do fim do prazo.
Anteontem, por causa da chuva forte, uma tubulação de esgoto que passa sob o local ficou sobrecarregada, estourou e provocou um grande vazamento que inundou a estação.
A plataforma ficou com um forte mau cheiro, de acordo com a CPTM, e o trânsito de passageiros foi suspenso por volta das 18h de anteontem. O embarque e desembarque serão liberados quando terminar o conserto da rede. A estação recebe aproximadamente 27 mil usuários por dia.

Chuva e protesto
Cerca de cem moradores da favela Oleoduto bloquearam a via Anchieta, na altura do km 27, sentido litoral, em São Bernardo do Campo, na tarde de ontem, segundo a Polícia Rodoviária.
Reivindicando água e esgoto, os moradores atearam fogo em pneus, colchões e entulho para interditar a pista. Anteontem, o córrego Ribeirão dos Meninos, que fica na região, transbordou por causa da chuva.
Houve confronto com a Polícia Militar. Moradores jogaram pedras nos policiais, que revidaram com balas de borracha.
A pista norte ficou interditada das 15h às 16h de ontem. A Ecovias (concessionária da estrada) montou um desvio para a pista central, e não houve congestionamento, segundo a concessionária que administra a rodovia.
No início da noite, de acordo com a Polícia Rodoviária, cerca de 300 moradores retornaram para fazer protestos na altura do km 24 da via Anchieta, na pista marginal, no sentido São Paulo. Uma forte chuva, no entanto, impediu a manifestação.
A chuva na região derrubou uma árvore na Estrada Velha, que dá acesso a Ribeirão Pires, impedindo o tráfego de veículos. A árvore caiu sobre os fios de eletricidade, deixando a região sem luz.
Alguns dos policiais militares que trabalhavam para conter o protesto iniciaram a limpeza da pista, por volta das 20h30. No local, receberam a informação de que a chuva não derrubara somente a árvore, mas também o teto do próprio quartel em que trabalham.
Ainda na tarde de ontem, a empregada doméstica Dirce Almeida Aquino, 41, tentava limpar a casa invadida pela lama.
"Qualquer chuva que dá enche tudo de água. Perdi toda a minha roupa e os colchões", contou Dirce Aquino.
"Perdi tudo. Só salvei a TV, que estava em cima da cômoda. Nem fui trabalhar porque não tinha roupa", reclamou o office-boy José Aparecido Godinho da Silva, 15, que mora há quatro anos no local, com a mãe Maria Aparecida Barbosa da Silva, 32.

Eletropaulo
A Eletropaulo informou ontem que, apesar de realizar manutenção constante das redes, fica praticamente impossível evitar problemas em dias de chuvas muito intensas como as anteontem.
Segundo a empresa, o problema ocorre porque a quase totalidade das redes de luz da cidade é aérea, e não subterrânea, como seria ideal, ficando sujeita a desabamentos de árvores.
Anteontem, a Defesa Civil Municipal registrou um total de 33 ocorrências. Dez desses registros estão relacionados a desabamentos (ou riscos de desabamento) de árvores, em diferentes regiões da cidade.


Colaboraram "AGORA" e FOLHA ONLINE


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