São Paulo, sábado, 30 de novembro de 2002

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TRANSPORTE

Segundo o Transurb, 90% das 39 empresas da capital efetuaram pagamentos ontem; as demais devem fazê-lo até terça

Viações retrocedem e pagam parcela do 13º

DA REPORTAGEM LOCAL

Parte dos empresários de ônibus que atuam na cidade voltou atrás e decidiu pagar a primeira parcela do 13º salário de motoristas e cobradores. Segundo o Transurb (sindicato patronal), 90% das 39 empresas que operam em São Paulo efetuaram os pagamentos ontem. As 10% restantes deverão pagar os funcionários até a próxima terça-feira.
Já o presidente do sindicato dos motoristas, Edivaldo Santiago, afirmou que apenas 17 empresas teriam efetuado os pagamentos e que as demais se comprometeram a fazê-lo até terça-feira, dia em que a categoria se reúne em assembléia. A possibilidade de uma greve geral está descarta, mas segundo Santiago, as empresas que não cumprirem o acordo terão paralisações.

Protestos
Durante toda essa semana, a possibilidade de um não-pagamento da primeira parcela do 13º salário provocou rumores de greve e foi um dos fatores que motivou a paralisação da viação Expresso Paulistano -em manifestação que interditou as ruas centrais da cidade durante três dias consecutivos.
Já os empresários passaram a semana alegando que não tinham dinheiro para realizar os pagamentos e chegaram a pedir a ajuda da prefeitura para negociar a obtenção de empréstimos bancários para os pagamentos da parcela do 13º salário, que venceu ontem. O auxílio municipal facilitaria a conquista de empréstimos com juros menores, já que os pagamentos seriam responsabilidade do governo. As viações de ônibus alegam não ter crédito no mercado por causa da situação financeira e de dívidas não quitadas em outros anos. Mas, ontem, segundo a assessoria de imprensa do Transurb, cada empresa conseguiu empréstimos junto a bancos -sem ajuda alguma da administração municipal.
Santiago afirma que os empresários estão "cumprindo sua parte nos acordo feitos", mas a rapidez com que os pagamentos foram realizados, segundo ele, mostram que as viações utilizam a pressão sob a prefeitura como uma forma de negociação.
No início da semana, os empresários de ônibus reivindicaram uma remuneração de R$ 1,91 por passageiro transportado em São Paulo para cobrir as despesas do sistema e evitar atrasos salariais. O valor foi considerado tanto pela prefeita Marta Suplicy (PT) quanto pelo novo secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, "assustador" e um "delírio". Mas ambos não descartam a possibilidade do reajuste.


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