São Paulo, terça-feira, 30 de novembro de 2004

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CAOS PAULISTANO

Ônibus vão trafegar na pista oposta; problema deve se repetir, pois chuva de sábado é normal nesta época

Cratera deixa 9 de Julho fechada até sexta

VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A avenida Nove de Julho, no sentido bairro-centro, permanecerá interditada pelo menos até sexta-feira em razão da cratera provocada pelas chuvas no fim de semana. Os motoristas devem evitar a região, usando rotas alternativas para chegar ao centro.
A interdição, entre a rua Manoel Dutra e a praça da Bandeira, colaborou para que ontem fosse registrado o segundo maior congestionamento no período da manhã em São Paulo. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), foram 124 km registrados às 9h. Um caminhão quebrado também prejudicou o tráfego.
Para evitar os congestionamentos nos desvios da Nove de Julho, a CET sugere que os motoristas utilizem as avenidas Consolação e Brigadeiro Luís Antônio para chegarem ao centro.
Para que os ônibus do Passa Rápido pudessem transitar pela avenida, a prefeitura improvisou uma abertura no canteiro central. Assim, no trecho onde está o buraco, os 270 coletivos que passam por hora no sentido bairro-centro começaram a usar uma faixa da pista oposta.
No sentido centro-bairro, esse trecho está operando com apenas duas faixas, onde os carros disputam o espaço com os ônibus.
O buraco na Nove de Julho foi provocado pelo rompimento do asfalto na altura do número 600, mesmo local onde o problema ocorreu há três semanas.
Segundo a prefeitura, sob o trecho há um estrangulamento da galeria pluvial que passa sob a avenida. Quando a chuva é muito forte, a galeria rompe, e a água pressiona o asfalto até rachá-lo.
Prevendo o problema, mas sem solucioná-lo, a administração mantém aquele trecho da avenida feito em asfalto, mais fácil de ser refeito do que o concreto que compõe o resto do Passa Rápido.
De acordo com Ricardo Rezende, que ocupa interinamente a Siurb (Secretaria de Infra-Estrutura Urbana), os reparos que estão sendo feitos no local, mais uma vez, não serão suficientes para solucionar o problema. Segundo ele, apenas com a construção de dois piscinões, nas praças 14 Bis e Bandeiras, e com o alargamento da galeria isso acontecerá. Antes disso, "a drenagem permanecerá em caráter precário."
A licitação para a obra está em andamento. Hoje deve ser publicada no "Diário Oficial" a data para a abertura dos envelopes com os preços oferecidos pelas empresas concorrentes, o que deve ocorrer em 30 de dezembro. Segundo a prefeitura, a obra deve custar cerca de R$ 100 milhões e levará cerca de dois anos e meio.
A chuva de sábado, segundo meteorologistas, é normal para o período chuvoso. A chuva que abriu o buraco na avenida foi de 67,5 mm. O recorde de fevereiro foi de 82,8 mm em um só dia.
"A tendência é que chova com mais intensidade em um número menor de dias", explica Adilson Nazário, técnico em meteorologia do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências de SP).
Para a meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) Neide Oliveira, "pancadas de chuva em torno de 60 mm na primavera e no verão são comuns".

Queda de árvore
Também por causa da chuva, uma árvore caiu ontem na rua Alagoas, em Higienópolis (região central), e deixou parte das ruas do bairro sem luz das 2h às 12h. Segundo a Defesa Civil, entre a noite de sábado e a tarde de ontem, 17 árvores caíram na cidade, sem ferir ninguém.


Colaboraram FERNANDA MENA, da Reportagem Local, e "Agora"


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