São Paulo, sexta-feira, 30 de novembro de 2007

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BARBARA GANCIA

A nova Eleanor Roosevelt?

A imprensa independente dos EUA agora deu para chamar Hillary Clinton de "a nova Eleanor Roosevelt"

HUMA ABEDIN: por acaso, o nobre leitor está familiarizado com o nome? Ah, como eu queria que Paulo Francis estivesse vivo para comentar a última reviravolta na corrida pela Casa Branca!
Quem teve o privilégio de ser leitor de Francis sabe do profundo desdém que ele nutria pelo casal Bill e Hillary Clinton. Com a morte prematura do colunista, seus leitores foram tolhidos da satisfação de ler seus comentários sobre o caso Monica Lewinsky -Francis morreu antes que Clinton contasse a deslavada lorota de que não havia feito sexo com "aquela mulher" e antes do surgimento do vestido azul da Gap com a mancha de sêmen.
Pois já imaginou o que ele não diria agora, sobre Hillary e Huma? Para quem não sabe, no início do mês de novembro, a imprensa independente dos EUA começou a especular que a senhora Clinton seria "a nova Eleanor Roosevelt", uma alusão às preferências sexuais da senadora.
Explico: Huma Abedin vem a ser o misterioso braço-direito de Hillary, uma espécie de faz-tudo com poderes especiais. Morenaça esguia, sempre metida em terninhos de grife e bem mais jovem do que a senadora, é Huma, segundo a comunidade blogueira de Washington, quem manda prender e soltar no comitê de campanha de Hillary. E é ela quem teria conquistado o coração da pré-candidata democrata.
Acontece que Abedin vem de família muçulmana (há controvérsias sobre sua origem, se persa, turca, curda ou árabe) e a gente bem sabe o que a maioria conservadora nos EUA pensa sobre muçulmanos e lésbicas, né não?
Há mais um agravante na história: segundo afirmaram na semana passada alguns jornais europeus, entre os quais a versão on-line do "Times" de Londres, especula-se que existam simpatizantes da Al-Qaeda na família imediata de Abedin.
Em seu livro "Contra Todos os Inimigos", o coordenador de Segurança Nacional e Contra-Terrorismo de Clinton, Richard A. Clarke, afirma que os generais do Pentágono não respeitavam o Clinton fujão do Exército e que, muitas vezes, eles chegaram a desafiar o presidente descumprindo suas ordens.
Pré-candidata mais bem colocada nas pesquisas de intenção de voto, se Hillary se tornasse presidente, será que o Pentágono iria compartilhar informações sensíveis com alguém sobre quem pairam suspeitas de dormir com o inimigo?
A frase "Se non è vero, è ben trovato", que, diga-se, deve ser o lema oficial do fofoqueiro italiano, cai de luva nesta deliciosa história.
Note que, nos anos em que o casal Clinton habitou a Casa Branca, pelos saguões do poder em Washington dizia-se que Hillary mantinha um caso com Vince Foster, o assessor de Bill Clinton que acabou cometendo suicídio depois de ser implicado no escândalo Whitewater.
Antes disso, quando o casal ainda não tinha alcançado projeção nacional, muito se falava sobre a colega de quarto de Hillary no prestigioso Wellesley College, uma estudante que seria lésbica assumida.
Se eu acho que essa fofocalhada toda faz sentido? Bem, eu não confiaria meu cão e personal trainer, Pacheco Pafúncio, para dar uma volta no quarteirão com Hillary ou Bill.
Mas que mulher, quando está ganhando alguma parada dura, incomoda muita gente, isso incomoda.


barbara@uol.com.br

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