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BARBARA GANCIA
A nova Eleanor Roosevelt?
A imprensa independente dos EUA agora deu para chamar Hillary Clinton de "a nova Eleanor Roosevelt"
HUMA ABEDIN: por acaso, o nobre leitor está familiarizado
com o nome? Ah, como eu
queria que Paulo Francis estivesse
vivo para comentar a última reviravolta na corrida pela Casa Branca!
Quem teve o privilégio de ser leitor de Francis sabe do profundo desdém que ele nutria pelo casal Bill e
Hillary Clinton. Com a morte prematura do colunista, seus leitores
foram tolhidos da satisfação de ler
seus comentários sobre o caso Monica Lewinsky -Francis morreu antes que Clinton contasse a deslavada
lorota de que não havia feito sexo
com "aquela mulher" e antes do surgimento do vestido azul da Gap com
a mancha de sêmen.
Pois já imaginou o que ele não diria agora, sobre Hillary e Huma? Para quem não sabe, no início do mês
de novembro, a imprensa independente dos EUA começou a especular
que a senhora Clinton seria "a nova
Eleanor Roosevelt", uma alusão às
preferências sexuais da senadora.
Explico: Huma Abedin vem a ser o
misterioso braço-direito de Hillary,
uma espécie de faz-tudo com poderes especiais. Morenaça esguia,
sempre metida em terninhos de grife e bem mais jovem do que a senadora, é Huma, segundo a comunidade blogueira de Washington, quem
manda prender e soltar no comitê
de campanha de Hillary. E é ela
quem teria conquistado o coração
da pré-candidata democrata.
Acontece que Abedin vem de família muçulmana (há controvérsias
sobre sua origem, se persa, turca,
curda ou árabe) e a gente bem sabe o
que a maioria conservadora nos
EUA pensa sobre muçulmanos e lésbicas, né não?
Há mais um agravante na história:
segundo afirmaram na semana passada alguns jornais europeus, entre
os quais a versão on-line do "Times"
de Londres, especula-se que existam simpatizantes da Al-Qaeda na
família imediata de Abedin.
Em seu livro "Contra Todos os
Inimigos", o coordenador de Segurança Nacional e Contra-Terrorismo de Clinton, Richard A. Clarke,
afirma que os generais do Pentágono não respeitavam o Clinton fujão
do Exército e que, muitas vezes, eles
chegaram a desafiar o presidente
descumprindo suas ordens.
Pré-candidata mais bem colocada
nas pesquisas de intenção de voto, se
Hillary se tornasse presidente, será
que o Pentágono iria compartilhar
informações sensíveis com alguém
sobre quem pairam suspeitas de
dormir com o inimigo?
A frase "Se non è vero, è ben trovato", que, diga-se, deve ser o lema oficial do fofoqueiro italiano, cai de luva nesta deliciosa história.
Note que, nos anos em que o casal
Clinton habitou a Casa Branca, pelos saguões do poder em Washington dizia-se que Hillary mantinha
um caso com Vince Foster, o assessor de Bill Clinton que acabou cometendo suicídio depois de ser implicado no escândalo Whitewater.
Antes disso, quando o casal ainda
não tinha alcançado projeção nacional, muito se falava sobre a colega de
quarto de Hillary no prestigioso Wellesley College, uma estudante que
seria lésbica assumida.
Se eu acho que essa fofocalhada
toda faz sentido? Bem, eu não confiaria meu cão e personal trainer,
Pacheco Pafúncio, para dar uma volta no quarteirão com Hillary ou Bill.
Mas que mulher, quando está ganhando alguma parada dura, incomoda muita gente, isso incomoda.
barbara@uol.com.br
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