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Foco
Escola do interior de São Paulo ganha título de a mais "inovadora" do país
JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma sala de informática interditada durante dois anos
fez nascer um projeto que deu
à Escola Estadual Francisco
Ferreira de Freitas, de Serra
Azul, o título de instituição
mais inovadora do Brasil e o
terceiro lugar no Fórum Mundial de Educadores Inovadores, da Finlândia, promovido
pela Microsoft.
O "Exceleições do Grêmio
Estudantil", projeto que ensinou os alunos a votarem em
uma urna eletrônica elaborada na escola, só ficou atrás de
dois projetos: um da África do
Sul e outro da Bélgica.
O prédio da escola é tombada pelo Condephat (Conselho
de Defesa do Patrimônio Histórico). A sala de informática
estava com problemas na estrutura do piso e, em vez de ser
restaurada, foi interditada. Os
dez computadores ficaram
sem ser usados por dois anos.
"Agora vão autorizar arrumar, porque não é uma simples reforma, é uma restauração", disse Edna Araújo Dias
Anirato, vice-diretora.
No início do ano letivo, a
professora de História Patrícia Manso resolveu mudar esta realidade e sugeriu que as
eleições do grêmio estudantil
fossem feitas com uma urna
eletrônica. A solução foi usar o
computador da sala da Coordenação Pedagógica.
O projeto conquistou três
professores de português e
três de matemática. Eles ajudaram os alunos a elaborar a
campanha eleitoral, os discursos e até a fazer a pesquisa de
intenção de votos. O marido
de Patrícia, José Donizete
Manso, fez o programa.
Os 15 estudantes, das seis
chapas inscritas no pleito, visitaram cada classe e ensinaram
os 650 alunos a votarem na urna eletrônica. O voto não era
obrigatório -440 alunos participaram da eleição.
"Ficamos emocionados porque muitos alunos estavam
pegando no mouse pela primeira vez", disse Patrícia.
O projeto foi inscrito primeiro na edição brasileira do
prêmio e conquistou o primeiro lugar e o direito de representar o país na Finlândia.
Reforma
A escola Francisco Ferreira
de Freitas fica na área central
de Serra Azul e atende alunos
de todas as classes sociais,
muitos deles são da zona rural
e não têm oportunidade de
utilizar um computador.
Na prova do Enem de 2006,
a média dos alunos foi de
40,99 pontos, abaixo da média
do Estado (42,622). Depois
que a escola ganhou o prêmio
brasileiro, o cenário mudou.
Os alunos estão orgulhosos de
sua escola, a prefeitura fez o
escoramento do piso da sala de
informática e hoje o lugar
abriga uma classe.
"É uma beleza mexer na máquina, parece que a gente
aprende mais fácil, afirmou a
estudante Stefani Cristina
Matias de Paula, 15.
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