São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2008 |
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Após enchentes, cidades viram "lixão a céu aberto"
Prefeituras de SC não sabem o que fazer com entulhos acumulados nas ruas
Depois da enxurrada que afogou Santa Catarina, cidades como Itajaí e Camboriú vêem
agora os entulhos amontoados
nas ruas, e as prefeituras não
sabem o que fazer com tudo
aquilo -nem para onde levar.
Mobiliário, colchões, roupas
e utensílios domésticos cobertos de lama se acumulam em
frente a muitas casas dos bairros mais atingidos pelas águas.
Daquilo nada mais pode ser
aproveitado. As cidades são um
lixão a céu aberto.
Em oficinas mecânicas e borracharias, o que se vê são filas
de carros enlameados com donos tentando recuperar a carcaça e o motor.
Segundo a Prefeitura de Itajaí, 30 caminhões já recolhem o
lixo da cidade. A previsão é a de
que mais 70 reforcem a coleta
até a próxima semana. A prioridade são escolas, que serviram
de abrigos, e hospitais.
Num condomínio de classe
média baixa da Baixada, o bairro mais atingido de Camboriú,
até um piano, ou o que restou
dele, foi jogado fora. Foram necessários quatro homens para
carregar a cauda.
No varal de uma casa que teve o muro derrubado pela força
das águas, bonecas foram colocadas para secar como lençóis.
Ali a água subiu tanto que cobriu as janelas. A moradora e os
três filhos, dois deles crianças,
foram resgatados pelo telhado
por bombeiros no domingo.
"Em cinco minutos a água
chegou ao teto. Subimos de escada até o forro e ficamos esperando o salvamento. Levou
meia hora para sairmos dali. As
paredes ainda têm as marcas
das batidas do barco", mostra
Janete Buse, 43.
De lá, foi levada para a prefeitura. Recebeu roupas secas, café e bolacha e seguiu para um
abrigo, onde ficou até a quarta-feira passada.
A vizinha Daniele Chiesa, 32,
diz já ter contratado um pedreiro para fazer pequenas reformas na casa. "Os móveis vão ser
todos de tijolo: cama, sofá, prateleiras. Não quero mais nada
de madeira", afirma.
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