São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2008

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JULIEN SIDERIS (1939-2008)

Um engenheiro cidadão do mundo

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pode-se dizer que Julien Sideris era de uma família nômade. O pai, engenheiro de bordo, trabalhava numa companhia aérea belga: mudava toda hora de casa. Julien, por exemplo, nasceu em Salônica, na Grécia; os irmãos, no Cairo (Egito).
Quando a família vivia em Paris (França), para evitar que Julien fosse mandado para a Guerra da Argélia, solicitaram emigração para dois países: a documentação para o Canadá estava complicada, mas a vinda para o Brasil deu certo.
Aos 17, Julien e família chegaram ao Rio. Lá, ele aprendeu português e se formou em engenharia elétrica. Foi funcionário da Ericsson por mais de 30 anos.
O vaivém pelo mundo, como estilo de vida, ele copiou do pai. Em 1985, foi convidado a presidir a empresa no Peru. Morou também na Suécia, nos EUA e na Costa Rica. "Falava sete, oito idiomas", lembra a mulher.
Sério, tinha seus momentos brincalhões. Na barraca do Zé do Pastel, na feira do Pacaembu, pedia sempre um pastel de quiabo, para tirar sarro. Quando entrava no Boticário, solicitava uma fatia de melancia à atendente.
Segundo a mulher, Jojô -como era chamado- tinha como sonho ver os filhos felizes. Ultimamente, sua distração era o neto, Matteo, de um ano e nove meses. "Ele queria que o menino crescesse logo para lhe dar o primeiro carro", recorda-se.
Na passagem de domingo para segunda, morreu de infarto, aos 69, em SP. Deixa viúva, três filhos e um neto.

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