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JULIEN SIDERIS (1939-2008)
Um engenheiro cidadão do mundo
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pode-se dizer que Julien
Sideris era de uma família
nômade. O pai, engenheiro
de bordo, trabalhava numa
companhia aérea belga: mudava toda hora de casa. Julien, por exemplo, nasceu em
Salônica, na Grécia; os irmãos, no Cairo (Egito).
Quando a família vivia em
Paris (França), para evitar
que Julien fosse mandado
para a Guerra da Argélia, solicitaram emigração para
dois países: a documentação
para o Canadá estava complicada, mas a vinda para o
Brasil deu certo.
Aos 17, Julien e família
chegaram ao Rio. Lá, ele
aprendeu português e se formou em engenharia elétrica.
Foi funcionário da Ericsson
por mais de 30 anos.
O vaivém pelo mundo, como estilo de vida, ele copiou
do pai. Em 1985, foi convidado a presidir a empresa no
Peru. Morou também na
Suécia, nos EUA e na Costa
Rica. "Falava sete, oito idiomas", lembra a mulher.
Sério, tinha seus momentos brincalhões. Na barraca
do Zé do Pastel, na feira do
Pacaembu, pedia sempre um
pastel de quiabo, para tirar
sarro. Quando entrava no
Boticário, solicitava uma fatia de melancia à atendente.
Segundo a mulher, Jojô
-como era chamado- tinha
como sonho ver os filhos felizes. Ultimamente, sua distração era o neto, Matteo, de
um ano e nove meses. "Ele
queria que o menino crescesse logo para lhe dar o primeiro carro", recorda-se.
Na passagem de domingo
para segunda, morreu de infarto, aos 69, em SP. Deixa
viúva, três filhos e um neto.
obituario@grupofolha.com.br
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