São Paulo, segunda-feira, 30 de novembro de 2009

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PMs do Rio são acusados de molestar e atirar em jovem

Baleada por cabo e soldado, que ainda levaram seu dinheiro, garota caiu de uma altura de 5 m

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Baleada por policiais militares do Rio na noite de sexta-feira, uma jovem sobreviveu a uma queda de mais de cinco metros e denunciou seus algozes. O cabo Marcelo Machado Carneiro e o soldado Rodrigo Batista, supostos autores, foram presos no fim de semana.
Os policiais militares teriam roubado R$ 1.750 que ela levava na bolsa e atiraram ao perceber que não conseguiriam o resgate que queriam, de R$ 20 mil.
A jovem, de 21 anos, não teve a identidade divulgada e deve ser colocada no programa de proteção a testemunhas.
Lotados no 1º BPM (Batalhão da Polícia Militar), os policiais faziam a ronda, na sexta à noite, quando abordaram a jovem ao lado da estação do metrô do Estácio (região central) e a puseram dentro do carro oficial.
A estação é próxima da favela do morro de São Carlos. A polícia suspeita que a jovem entregava drogas nas imediações e, por isso, foi abordada pelos PMs, que pretendiam tirar dinheiro dela. O comandante do 1º BPM, tenente-coronel César Taner, disse que, ainda que ela tenha ligação com o tráfico, isso perde relevância diante da "indignidade" dos policiais.
Eles a levaram no carro da PM até o estacionamento em frente ao batalhão. Em seguida, transferiram a mulher para o carro particular de um deles e foram para a floresta da Tijuca.
Segundo o depoimento que ela prestou na 6ª Delegacia Policial, eles a constrangeram sexualmente, apalpando seus seios e nádegas, mas não consumaram o estupro. Ao receber o disparo, ela estava em uma mureta, e seu corpo foi lançado ao abismo. Achando que estivesse morta, os PMs foram embora.
Segundo o coronel, a jovem conseguiu chegar à estrada, onde foi socorrida por um ciclista. Às 2h de sábado, foi atendida no Hospital Lourenço Jorge, onde contou sobre a agressão. Ainda de acordo com o coronel, a jovem contou que, antes de ser abordada, os PMs conversavam com colegas que estavam em uma Blazer, em frente ao batalhão. Ocupantes do veículo identificaram cabo e soldado.
Além do inquérito, foi aberta sindicância contra os dois, que poderão ser expulsos da PM. A Justiça determinou a prisão temporária dos suspeitos.


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