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Venda de passagens da TAM é suspensa
Determinação da Anac vale nesta semana e visa conter problemas; desde sexta, 10% dos voos foram cancelados
Agência suspendeu os pedidos de acréscimos de voos; passageiros reclamam da falta de informação adequada
DE BRASÍLIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DE SÃO PAULO
A Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil) ordenou a
suspensão da venda de passagens pela TAM até sexta-feira para tentar conter os
cancelamentos e atrasos,
que desde a última sexta causam transtornos aos clientes.
Nesse período, 348 voos
da companhia foram cancelados (10% do total programado). Só ontem foram 117
até a conclusão desta edição.
Outros 860 voos (24,7% do
total) tiveram atraso.
A Anac também iniciou
uma auditoria na TAM e suspendeu, por uma semana, os
pedidos de acréscimos de
voos em sua malha aérea.
A TAM argumenta que,
por causa do mau tempo entre quinta e sexta-feira, aeroportos de SP e do Rio foram
fechados, e as tripulações tiveram de ser deslocadas.
Para que não extrapolassem o limite de jornada permitido pela legislação, a malha aérea foi remanejada.
A Folha apurou que a
TAM, assim como a Gol em
julho e a Webjet em setembro, programou mais voos do
que a tripulação tinha condições de realizar. A empresa
tentou corrigir o problema na
quinta e na sexta, cancelando voos de menor demanda.
Em outubro, a TAM liderou as queixas trabalhistas
no SNA (Sindicato Nacional
dos Aeronautas). O SNA recebeu 39 denúncias de tripulantes da companhia, contra
13 da Gol e seis da Webjet. No
mês anterior, a Gol liderou
com 31 queixas, contra 22 da
TAM e 15 da Webjet.
Ontem, passageiros reclamavam que não vinham recebendo informação adequada da TAM. Alguns se
deslocaram entre os aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Campinas para pegar
voos alternativos.
Foi o caso de 14 passageiros do voo que sairia às 13h12
para Cuiabá: eles fizeram o
check-in em Congonhas e pegaram um ônibus para Guarulhos, de onde embarcariam depois das 14h.
O advogado Vagner Moraes, 46, era um desses passageiros. Com o cancelamento, ele perderia o único voo
diário de Cuiabá para Rondonópolis (MT) e teria de fazer o
percurso restante de carro,
em uma viagem de seis horas. "É um caos", disse.
(FLÁVIA FOREQUE, CRISTINA MORENO DE CASTRO e MARIANA BARBOSA)
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