São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 2006

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13 estão internados e estado de modelo é grave

ITALO NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Treze pessoas seguiam internadas até o fim da tarde de ontem em decorrência da onda de ataques no Rio de Janeiro. Três são vítimas do ataque ao ônibus da viação Itapemirim, na avenida Brasil.
A modelo capixaba Maria Beatriz Furtado de Araújo, 30, permanecia hospitalizada em estado grave. Ela voltava do Espírito Santo, onde passou o Natal com a família.
A modelo sofreu queimaduras em 40% do corpo. As lesões afetaram principalmente o rosto, comprometendo as narinas. As queimaduras são de segundo e terceiro grau.
Para poder receber curativos, teve que passar a respirar com ajuda de aparelhos.
Bia Furtado, como é conhecida no mercado, faz parte do casting de modelos da agência Mega, uma das maiores do Brasil, da qual fazem parte nomes como Ana Hickman, Isabeli Fontana e Isabela Fiorentino.
De acordo com Sandra Giuliano, booker da modelo há cerca de dois anos, Bia é o que se classifica no jargão das agências uma "modelo comercial":
"Seu forte são os catálogos de grifes e anúncios", diz Sandra. Segundo ela, a tragédia abalou todos os funcionários da agência, que estão inconformados e não param de se ligar para saber notícias da colega.
Sandra diz que, infelizmente, as queimaduras comprometem bastante a carreira de Bia: "É muito triste, mas a gente está falando de um mercado onde a aparência é 90% do negócio".

Outras vítimas
Permanecem hospitalizadas também Fernanda Furtado e Maria da Penha Moraes. Fernanda, em estado gravíssimo, teve 54% do corpo queimado, enquanto Maria, 20%. Ambas estavam no ônibus. Outras dez pessoas permaneciam internadas, entre elas, policiais militares que participaram de confronto com bandidos nas operações após os ataques.
Duas das 18 vítimas foram enterradas ontem: o PM Robson Padilha Fernandes, baleado na viatura na lagoa Rodrigo de Freitas, e Luis Carlos Moreira da Silva, morto em frente à 28ª Delegacia (Campinho).
Familiares de quatro das vítimas compareceram ao Laboratório de Genética Forense da Polícia Civil para a coleta do material necessário para a identificação dos corpos. Sete corpos carbonizados permanecem no Instituto Médico Legal. Para liberá-los, é necessário a identificação através de exame de DNA de parentes.
O filho da vendedora Sueli Maria de Souza, 33, Gabriel Lima Brito, 6, recebeu alta. Ele tomou um tiro de raspão na cabeça e foi salvo pela mãe.


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