São Paulo, terça-feira, 30 de dezembro de 2008

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Expansão territorial de favelas do Rio varia pouco, mas verticalização aumenta

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

Nos 20 anos que separaram o primeiro mandato de Cesar Maia do seu último ano na prefeitura, a cidade viu acelerar o processo de verticalização de favelas, apesar de a expansão territorial ter sido pequena.
Um estudo feito pelo Instituto Pereira Passos (órgão da prefeitura), por meio de imagens aéreas de todas as 750 favelas cadastradas, mostra que, de 1999 a 2004, houve pouco crescimento da área ocupada pelas favelas. De 41,46 km2, passaram a ocupar 42,89 km2, uma variação de 3,5%.
Na zona oeste, o avanço territorial das favelas foi de 6,4%. Já na zona sul, houve até um pequeno recuo de 0,2%.
O último dado sobre população em favelas no Rio é do Censo 2000 do IBGE. Na comparação com o censo anterior, de 1991, os dados já mostravam essa tendência de verticalização. Nesse período de nove anos, a população em favelas cresceu 24% -enquanto as demais áreas cresciam 4%.
Ao mesmo tempo em que a população em favelas cresceu, no entanto, houve uma diminuição no número médio de moradores nesses domicílios, o que é explicado em boa parte pela verticalização.
Em 1991, a média era de 3,9 pessoas por residência. Em 2000, caiu para 3,5. Isso aconteceu porque o número de domicílios em favelas aumentou numa proporção maior que a da população nessas áreas.
Na avaliação de Sérgio Besserman, presidente do Instituto Pereira Passos, a verticalização teve duas dinâmicas distintas. "Há o caso do morador que constrói um andar em cima de sua laje. Nesse caso, as ações dos poderes municipais devem ser no sentido de disciplinar, não de proibir." Outra dinâmica é a especulação imobiliária. "Aí é caso de polícia", diz.


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