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Moradores improvisam para fugir da água suja no Jardim Pantanal
Pontes dentro de casa e nas ruas são alternativas para enfrentar alagamento
DO "AGORA"
Com os recorrentes alagamentos dos últimos dias, os
moradores do Jardim Romano,
localizado numa região da zona
leste conhecida como Pantanal,
estão tendo que improvisar soluções para sair de casa sem ter
que passar pela água contaminada dos alagamentos.
A faxineira Elisângela Maria
do Nascimento, 29, usou a criatividade. Ela e o marido, o soldador Gilmar Santos Capianga,
34, fizeram uma ponte dentro
da própria casa. "Nós temos
que ir trabalhar, não dá para ficar faltando, o patrão não entende. Por isso meu marido fez
essa ponte para a gente poder ir
trabalhar", disse a faxineira.
A costureira Marleide Luz
dos Santos Silva, 35, também
teve que improvisar para poder
sair de casa. "Pegamos quatro
engradados de refrigerante emprestados de um bar aqui perto.
Sem eles, temos que passar por
essa água suja. Já fiquei uma semana doente. Não posso ficar
de novo", afirmou Marleide.
Na rua Freguesia das Várzeas, a situação é semelhante.
Os moradores improvisaram
uma ponte para não passarem
pela água ao atravessar a rua.
A balconista Angela Valeria
Alves da Silva, 30, é uma das
que mais sofrem com as águas.
Seu filho, de 12 anos, tem paralisia cerebral e só anda de cadeira de rodas. "É impossível
sair com ele nessa situação.
Ainda bem que ele está de férias. Mas perdi duas consultas
dele no médico porque não tive
como sair daqui", lamentou.
Cobrança
Ontem, a Defensoria Pública
do Estado de São Paulo divulgou nota na qual cobra informações da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e
da Subprefeitura de São Miguel
Paulista sobre os serviços recomendados por ela para que sejam garantidos os direitos à
saúde e à moradia das famílias
que sofrem com os alagamentos na região da várzea do Tietê.
Entre os serviços recomendados pela defensoria estão a
manutenção das bombas de
drenagem das águas pluviais
em período integral e a limpeza
das bocas de lobo, das galerias
pluviais e dos córregos próximos ao Jardim Romano, Chácara Três Meninas, Vila das
Flores, Jardim São Martinho,
Vila Aimoré e Vila Itaim.
A defensoria deu um prazo
de dez dias para que a gestão de
Gilberto Kassab (DEM) se manifeste. Caso isso não ocorra, a
defensoria irá propor uma ação
judicial contra a prefeitura.
De acordo com a CDHU
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano
do Estado), 162 famílias já foram transferidas das áreas de
alagamento para os conjuntos
habitacionais de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Ao
todo, a CDHU ofereceu 340
moradias para as famílias atingidas pelas chuvas na região.
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