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Em um dia, 60 denúncias são feitas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Ouvidoria Geral da Prefeitura
de São Paulo recebeu 60 denúncias de irregularidades contra a
administração municipal, ontem,
em seu primeiro dia de atendimento ao público.
As administrações regionais, o
serviço funerário do município e
as unidades do PAS foram os
principais alvos dos denunciantes. A maioria deles pediu o anonimato à Ouvidoria.
Segundo o ouvidor Benedito
Domingos Mariano, foram relatados desde casos de salários atrasados no PAS até a cobrança de propina, superfaturamento em compras, desvio de materiais e negligência médica em hospital.
Se a média de 60 procedimentos
abertos por dia for mantida, o órgão deverá fechar o mês com cerca de 1.200 casos no total.
No total, 200 pessoas telefonaram para o órgão entre 9h e 17h,
mais cinco deram queixa pessoalmente. Grande parte das ligações
feitas ontem era para conferir se o
órgão, prometido para ser uma
ferramenta contra a corrupção,
realmente funcionava.
Apuração
Hoje, Mariano e sua equipe se
reúnem para definir quais casos
terão investigação preliminar. Em
dois deles isso está decidido: em
relação à cobrança de propina em
uma administração regional, cujo
nome é mantido em sigilo, e sobre
um paciente que teria ficado paralítico ao ser operado em um hospital do município.
A Ouvidoria, criada por decreto
pela prefeita Marta Suplicy (PT),
tem poderes para investigar as informações que receber. O relatório dessas apurações será usado
internamente, em processos administrativos, ou enviado para a
polícia e Ministério Público.
O único problema ontem, segundo o ouvidor, foi uma falha no
sistema de telefonia. O número
0800-175717 não dava sinal de
ocupado enquanto todas as linhas
estavam em uso. ""Percebemos ao
longo do dia que tocava seguidamente até cair, dando a impressão
de que não havia ninguém aqui."
Há três linhas na Ouvidoria, número que deve dobrar em dois
meses, segundo Mariano.
O ouvidor espera um acréscimo
de denúncias logo que os cartazes
com a logomarca do órgão estiverem espalhados pela cidade, como foi feito nas delegacias do Estado na época em que Mariano estava na Ouvidoria das Polícias Civil e Militar de São Paulo.
Mariano deve se reunir hoje
com o secretário da Segurança
Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, para tratar, principalmente, da
vinda de um delegado para a Ouvidoria e futuras parcerias em investigações. Nos próximos dias
será marcada reunião com o Ministério Público.
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