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ADMINISTRAÇÃO
Após reunião com secretários, prefeita diz que terá R$ 160 mi neste ano para aplicar em projetos sociais
Marta promete criar 100 mil empregos
JOÃO CARLOS SILVA
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy (PT)
adotou ontem o discurso político
mais agressivo desde a sua posse,
culpou o governo federal pelo desemprego existente na cidade, e,
coincidentemente, anunciou que
seus projetos sociais gerarão 100
mil postos de trabalho na cidade
ainda este ano, inclusive para moradores de rua.
A promessa de vagas corresponde a quase 70% do total de novos empregos gerados em 2000
por toda a economia paulistana.
Segundo a Fundação Seade, no
ano passado, foram empregados
145 mil trabalhadores a mais do
que nos 12 meses anteriores.
A implantação de programas
sociais foi, ontem, o principal tema da primeira reunião da prefeita com todo o seu secretariado.
Pela avaliação de Marta, o balanço de seu primeiro mês no comando da prefeitura é positivo.
"Minha avaliação é que estamos
dando continuidade às nossas
propostas de campanha, que
eram principalmente os projetos
sociais", disse a prefeita durante
um intervalo da reunião.
Em sua entrevista, a petista reagiu duramente às declarações do
presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) envolvendo as
promessas de campanha que ela
fez (leia texto nesta página).
Os ataques de Marta ocorreram
após ela ter proposto, no terceiro
dia de seu mandato, firmar parcerias com o governo federal para
implantar na cidade o Programa
de Renda Mínima.
Até agora, não houve uma resposta definitiva sobre a proposta,
mas declarações do presidente
dão a entender que elas não deverão se concretizar brevemente.
O Renda Mínima prevê complementação de rendimentos de famílias carentes que tenham filhos
na escola. Pelo que Marta afirmou
ontem, o projeto será implantado
na cidade com ou sem ajuda dos
governos estadual e federal.
Além do Renda Mínima, também sairão do papel neste ano os
projetos Banco do Povo, Começar
de Novo e o Bolsa-Trabalho.
Ao todo, serão investidos perto
de 2% do Orçamento de R$ 8,1 bilhões para este ano (R$ 160 milhões) nos programas, segundo a
prefeita Marta Suplicy.
O secretário das Finanças, João
Sayad, havia dito neste mês que,
diante da situação financeira da
prefeitura, só seria possível investir R$ 60 milhões neste ano em
projetos sociais.
Pelas metas anunciadas por
Marta, a prioridade será a complementação de renda de famílias
carentes, que deverá ter lei regulamentada em março.
Pelo cronograma, os pagamentos de benefícios começarão em
março ou abril. A meta é atender
50 mil famílias no primeiro ano,
começando pelas que têm rendimento "per capita" abaixo de um
salário mínimo (R$ 151).
Segundo um estudo da Fundação Seade, 309 mil famílias têm
renda inferior a três salários mínimos em São Paulo e podem ser
beneficiadas pelo projeto. A meta
de Marta é chegar a 100% de atendimento em quatro anos.
Com a implantação de um outro projeto, o Banco do Povo, a
prefeitura prevê que serão firmados neste ano mais de 5.000 contratos de pequeno crédito (o valor
não foi divulgado).
A prefeita também prometeu
atender mais de 100 mil pessoas
com crédito médio de R$ 2.000.
No total, a avaliação é que os projetos sociais, em conjunto, gerarão 100 mil novos postos de trabalho na cidade.
A meta de implantação de programas sociais anunciada pela
prefeita surpreendeu o seu coordenador de projetos sociais, Márcio Pochmann.
O economista afirmou que o investimento estimado nos programas sociais ainda é resultado de
"simulações".
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