São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2001

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Morador de rua vai ter direito a programa de saúde

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeitura deve implantar projetos ainda este ano para dar emprego e atendimento médico para moradores de rua da cidade. Censo realizado no ano passado indicou a existência de 8.704 deles em São Paulo.
Marta Suplicy disse que estuda a possibilidade de oferecer trabalho para esse moradores nas áreas de plantio que existem embaixo de fios de alta-tensão. A prefeitura poderia providenciar ônibus para pegá-los nos albergues e pagaria uma taxa diária pelo serviço.
A idéia é implantar esse programa em parceria com a iniciativa privada. A proposta teria sido formulada pela Eletropaulo.
Além disso, a Secretaria da Assistência Social deve começar a colocar em prática, em dois meses, um programa de saúde que inclui a implantação de uma "casa de cuidados". Esse plano quer atender, principalmente, moradores de rua que saem de hospitais, depois de tratamento clínico ou cirurgia, e vão para a rua, onde não têm cuidados médicos nem alimentação adequada.
Para tanto, será montado um centro de atendimento com capacidade para cem pessoas, onde trabalharão dez funcionários.
O secretário Evilásio Farias (Assistência Social) diz que a implantação da casa custará R$ 400 mil, dinheiro que ele diz ter disponível em Orçamento. A manutenção da estrutura ficaria sob responsabilidade da Secretaria da Saúde.
Para o centro de atendimento, já existe um imóvel em vista: um prédio vazio da Santa Casa (centro), um dos hospitais que ficariam responsáveis por mandar pacientes que vivem na rua.
O secretário Eduardo Jorge (Saúde) disse que já conversou com representantes da Santa Casa sobre a possibilidade da parceria.

Saúde itinerante
A prefeita Marta Suplicy disse ontem também que pretende criar um ônibus-enfermaria, que circulará pela cidade para prestar atendimento de saúde aos moradores de rua.
Entre os planos do secretário Evilásio Farias, há ainda a proposta de criação de um abrigo especial para mulheres que vivem nas ruas. Do total de moradores de rua da cidade de São Paulo, 15% são mulheres.
Farias quer que esse local esteja funcionando em dois meses e estima que custe R$ 300 mil.
Segundo a prefeita, as ações em prol de quem vive nas ruas tem o objetivo de atingir principalmente os que ficaram sem teto por terem perdido o emprego.
Ela disse que 37% dos moradores de rua estão nessa situação há menos de seis meses.
"É esse (morador) que tem de ser resgatado para a sociedade e para a produção o mais rápido possível", disse.


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