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ADMINISTRAÇÃO
Verba foi liberada em 96 e 97 para módulo investir em equipamentos e estrutura, mas nada foi feito com o dinheiro
Destino de R$ 13 mi do PAS é investigado
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre 1996 e 1997, as quatro
cooperativas que hoje formam o
Módulo Central do extinto PAS
receberam R$ 13 milhões da prefeitura para investir em equipamentos e estrutura. Até hoje, nenhum equipamento foi comprado e nenhuma obra foi feita.
Trata-se da primeira constatação dos interventores da Secretaria Municipal da Saúde que assumiram o comando do módulo na
manhã de segunda-feira. A intervenção foi determinada pelo secretário Eduardo Jorge na sexta-feira depois de ser informado sobre denúncias de cobrança de
propinas, atendimento precário e
de uma dívida de R$ 91,7 milhões.
O Módulo Central compreende
cinco hospitais, quatro pronto-socorros e 36 postos de saúde e
centros de convivência. "Nenhum
equipamento foi comprado e nenhuma obra foi feita nos últimos
anos nesse módulo", diz Henrique Gonçalves, coordenador do
sistema cooperativado. "Os poucos equipamentos novos foram
alugados."
Ele suspeita que outros R$ 21
milhões destinados a financiamentos nos demais módulos
também não foram empregados
para esse fim. "Queremos saber
onde foi parar o dinheiro."
Segundo ele, a secretaria não
poderá iniciar as reformas e modernizações dos hospitais neste
ano, pois não há dinheiro previsto
para investimentos.
A dívida de R$ 91,7 milhões do
Módulo Central com fornecedores, prestadores de serviços, taxas
e impostos ainda aguarda definição. "Serão pagas as dívidas devidamente comprovadas. As outras
serão cobradas, na Justiça, dos diretores das cooperativas e, se for o
caso, dos cooperados."
Outro lado
Osiris Dall'Acqua, diretor do
módulo agora sob intervenção,
não foi encontrado ontem à noite.
Antenor Braido, secretário de Comunicação Social da administração Celso Pitta, diz que o repasse
da prefeitura ao PAS era destinado aos custeios -pagamento de
pessoal e compra de remédios.
"O dinheiro para investimento
viria dos repasses do SUS, dinheiro que nunca chegou." O Ministério da Saúde entendeu que o sistema cooperativado não se enquadrava no modelo do SUS e não fez
os repasses.
Quanto ao destino dos R$ 13
milhões, Braido diz que a fiscalização exercida pela prefeitura sobre o modelo cooperado "tem limitações". "A legislação prevê autonomia das cooperativas e a
prioridade sempre foi pagar funcionários e medicamentos."
(AURELIANO BIANCARELLI)
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