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SAÚDE
O samário 153, material radioativo, age nas metástases; cerca de 400 pacientes do Hospital do Câncer, em SP, usaram produto
Terapia alivia dor em portador de câncer
KÁTIA STRINGUETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de cerca de 400 pacientes do Hospital do Câncer, em
São Paulo, já se beneficiou, nos últimos cinco anos, de uma nova terapia capaz de aliviar a dor provocada pelo aparecimento das metástases ósseas -surgimento de
novos focos da doença nos ossos.
Trata-se do samário 153, um
material radioativo desenvolvido
e testado pelo Hospital do Câncer
e pelo Instituto de Pesquisas
Energéticas e Nucleares (Ipen).
O produto age de maneira seletiva dentro do organismo. "Ao ser
injetado na corrente sanguínea, o
"remédio" reconhece os focos de
metástase. E concentra a liberação de radioatividade ali", explica
o médico nuclear Eduardo Lima.
Metástases
Alguns pacientes chegam a
apresentar mais de 30 pontos de
metástase óssea. E acabam convivendo com um sofrimento extra,
que compromete ainda mais a sua
qualidade de vida: a dor.
Toda vez que o tumor aparece
nos ossos, o crescimento celular
desregulado gera uma pressão interna e estimula a liberação de
substâncias que provocam dor.
Embora já tenha ultrapassado a
fase de teste, a demanda pelo samário ainda é pequena. Isso porque o uso do produto exige interação entre o médico que trata a
dor e o médico nuclear, que determina a dose de material radioativo para cada paciente.
Eles precisam trabalhar juntos
porque o samário exige cuidados.
Pacientes em fase de quimioterapia, por exemplo, não podem receber o tratamento. "Em 30% dos
casos, o samário pode causar falha na produção de células do
sangue", explica Sandra Caires
Serrano, responsável pelo ambulatório de samário do Hospital do
Câncer.
Bem indicado, no entanto,o
produto beneficia 75% dos pacientes. A vantagem dele é atuar
seletivamente nas metástases e
preservar os tecidos sadios em
volta do tumor.
Por causa desse perfil, o samário
é uma boa opção para pacientes
com metástases múltiplas. Nesse
caso, a radioterapia convencional
é muito danosa. Se o estômago está na frente do tumor, por exemplo, a radioterapia pode provocar
uma gastrite.
"Como tem uma distribuição
preferencial pelas metástases, o
samário irradia apenas as áreas
que se quer", diz José Oswaldo de
Oliveira Júnior, chefe da central
de dor do Hospital do Câncer.
Outra indicação é quando analgésicos como a morfina não conseguem mais controlar a dor.
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