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Idéia de produzir material surgiu em 1992
DA REPORTAGEM LOCAL
A idéia de produzir o samário
153, no Brasil, surgiu em 1992. Na
época, o médico Eduardo Nóbrega Pereira Lima, responsável pelo
setor de medicina nuclear do
Hospital do Câncer, esteve na Itália para um congresso específico
na área de radioisótopos (elementos radioativos que têm finalidade
diagnóstica e terapêutica).
"Percebi que o samário poderia
ser eficaz no controle da dor e que
seria fácil produzi-lo no Brasil, o
que reduziria seus custos", disse.
A partir daí, Nóbrega procurou
o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), e a parceria deu certo.
Desde 1995, o samário começou
a ser produzido por encomenda
para hospitais e instituições que
tratam de pacientes com dores
decorrentes de metástases ósseas.
"Todas as quartas-feiras enviamos dez doses de samário para
centros de medicina nuclear de
todo o país", afirmou Constância
Pagano da Silva, chefe do centro
de radiofarmácia do Ipen.
Aprovado pela FDA (órgão
americano que fiscaliza drogas e
alimentos) no ano passado, o samário 153 já é usado nos Estados
Unidos e na Europa. No Brasil, os
testes em humanos foram realizados pelo Instituto do Coração.
"Há três anos, testamos o produto em mais de cem pacientes e
os resultados se provaram muito
bons", disse José Soares, chefe do
setor de radioisótopos do Incor.
Outro ponto favorável é que a
maioria dos convênios médicos e
o SUS cobrem o tratamento (o
Ipen vende cada dose por, em média, R$ 331).
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