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Serra quer ação conjunta com a Bolívia para combater dengue
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E
DA FOLHA RIBEIRÃO
O Ministério da Saúde irá propor ao governo da Bolívia uma
ação conjunta de combate à dengue nas regiões de fronteira com o
país. A idéia foi apresentada pelo
ministro José Serra durante reunião do Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde), ontem em Brasília.
Durante o encontro, Serra aproveitou para pedir mais empenho
dos Estados e, principalmente,
dos municípios, no combate à
doença.
A maior crítica ficou para os
prefeitos. "Nós tivemos surtos localizados claramente devido à
frouxidão de alguns prefeitos, que
abandonaram o serviço que devia
ser feito", disse Serra.
O ministro citou Barretos, no
interior de São Paulo, que já notificou mais de 500 casos, como
exemplo. "Nós temos que nos resguardar desses ciclos eleitorais
para preservar a saúde da população", afirmou Serra se referindo
ao período da campanha eleitoral
no ano passado.
O ministro chegou a dizer que
os prefeitos "largaram o corpo"
por causa das eleições.
Bolívia
Na avaliação do ministério, a
epidemia de dengue na Bolívia fez
com que o número de casos aumentasse no Brasil, principalmente no Acre.
"Sai mais barato para nós treinarmos o pessoal lá, ceder larvicidas do que esperar o mosquito
nos atacar e combatê-lo aqui",
disse Serra.
Em 1999, o Acre só registrou
três casos da doença, todos "importados". Em 2000, foram confirmados 1.030. Este ano, já foram
notificados 762 casos e 91 confirmados. "Nós estamos sendo punidos pela dificuldade que o país
vizinho tem de controlar a dengue", disse a secretária de Saúde
do Acre, Grace Rocha.
Outro lado
Para a secretária da Educação e
Saúde de Barretos, Maria da Graça Oliveira Lemos, o ministro José
Serra está criticando o caso por
"achismo", já que não teria enviado técnicos à cidade para analisar
a situação da epidemia de dengue.
Segundo ela, o ministro já esteve na cidade diversas vezes
apoiando o candidato tucano à
Prefeitura de Barretos, César
Gontijo.
"É briga política (as acusações
de descaso na campanha eleitoral). É válido ele apoiar quem ele
quer, mas o que não pode é criticar. Ele (Serra) está equivocado.
Isso é muito achismo", afirmou
Maria da Graça à Folha.
Maria da Graça afirmou também que o trabalho de combate
ao mosquito transmissor da
doença feito durante a campanha
eleitoral é o mesmo realizado
atualmente. "Não há diferença
nenhuma. É a mesma coisa."
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