São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2001

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ÍCONE PAULISTANO

Projeto foi aprovado por Niemeyer

Edifício Copan será reformado e deverá alojar um centro cultural

SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O edifício Copan, próximo à praça da República (centro), um dos marcos arquitetônicos da cidade, passará por sua primeira grande reforma após 50 anos de existência.
Segundo o síndico do Copan, Affonso Celso Prazeres de Oliveira, que funciona como uma espécie de "prefeito" do condomínio de 1.160 apartamentos e cerca de 5.000 moradores, "a reforma será ousada e deverá gerar polêmica".
Até março, o projeto será mantido em segredo por causa dos patrocinadores. "A reforma ficará muito cara. Por isso estamos buscando parcerias", diz.
Uma das etapas principais já foram vencidas -a reforma foi aprovada pelo autor do projeto original do Copan, o arquiteto Oscar Niemeyer, que fez o edifício em 1951. Além de aprovar, Niemeyer indicou o escritório de Ciro Birondi para executá-la.
A principal mudança externa do Copan ocorrerá na parte dos fundos do edifício. "Posso adiantar que as escadarias externas, que ficam visíveis, terão um visual parecido com lanternas chinesas."
A forma como está sendo conduzido o plano de reforma reforça o perfil de patrimônio arquitetônico do prédio, cuja fachada da frente está em processo de tombamento. "Recebemos visitas de estudantes de arquitetura periodicamente. Só no ano passado, registramos 320 arquitetos estrangeiros, dois deles russos. Isso me chamou a atenção", conta.
O projeto prevê explorar esse perfil do Copan, por meio das leis de incentivo à cultura, alojando no local um centro de debate sobre arquitetura e urbanismo.
A partir de março, o edifício abrigará oficinas e seminários sobre a revitalização do centro de São Paulo, dando o pontapé inicial no projeto de reforma.
Prazeres administra o Copan há oito anos e diz que só foi possível chegar à reforma depois de resolver "problemas crônicos" do condomínio. O ponto de prostituição no bloco B, que rendia a fama de "treme-treme", era o principal.
"As prostitutas e travestis continuam lá, mas, hoje, há normas de convívio que são respeitadas."


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