São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

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Polícia Federal prende 20 pessoas por tráfico internacional de cocaína

Libanês que vivia no interior de São Paulo é apontado como o chefe do grupo

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal prendeu ontem em Valinhos (85 km de SP) o empresário libanês Joseph Nour Eddine Nasrallah, 52, sob a acusação de liderar um dos maiores esquemas de tráfico internacional de drogas já mantidos no Brasil.
Batizada de "Operação Kolibra" (conexão Líbano-Brasil), a ação da PF ocorreu em seis Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Ao todo, foram emitidos 31 mandados de prisão contra pessoas acusadas de ligação com a organização criminosa que, segundo as investigações de quase dois anos da PF, comprava grande quantidade de cocaína em países como Bolívia, Colômbia e Peru e as revendia na Europa e no Oriente Médio.
Além do libanês, 19 pessoas foram presas -17 em São Paulo e 3 no Mato Grosso do Sul.
No Estado, dois aviões (um deles de médio porte), 15 carros (sendo nove de luxo e alguns até blindados) foram apreendidos, além de R$ 75 mil, US$ 15 mil e cerca de 90 jóias.
A investigação da PF brasileira foi desencadeada, em 2005, depois que a Polícia Federal da Alemanha descobriu e enviou informações ao Brasil sobre uma rota internacional de tráfico de drogas coordenada por libaneses que vivem no país.
O esquema comandado por Nasrallah, segundo o procurador da República Rodrigo Fraga Leandro de Figueiredo, consistia em traficar cocaína em barcos, com embarcações que saíam clandestinamente do Pará, São Paulo e Rio de Janeiro e também com o aliciamento de funcionários de companhias aéreas e de navios. Em alguns casos, a cocaína ia em contêineres com frutas.
De acordo com o delegado da PF Fernando Antonio Bonhsack, com o dinheiro obtido com o tráfico, Nasrallah levava uma "vida de sheik" no Brasil.
Na mansão em que Nasrallah vivia em Valinhos, segundo o delegado, havia uma banheira avaliada em US$ 60 mil, além de detalhes em ouro nas paredes de mármore.

Outro lado
A Folha procurou ontem o advogado Hélio Bialski, defensor de Nasrallah, mas recebeu a informação de que "ele estava em audiência e só iria falar amanhã [hoje]" sobre a prisão de seu cliente. Nenhum parente do libanês foi encontrado.


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