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Polícia Federal prende 20 pessoas por tráfico internacional de cocaína
Libanês que vivia no interior de São Paulo é apontado como o chefe do grupo
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal prendeu
ontem em Valinhos (85 km de
SP) o empresário libanês Joseph Nour Eddine Nasrallah,
52, sob a acusação de liderar
um dos maiores esquemas de
tráfico internacional de drogas
já mantidos no Brasil.
Batizada de "Operação Kolibra" (conexão Líbano-Brasil), a
ação da PF ocorreu em seis Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará, Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul.
Ao todo, foram emitidos 31
mandados de prisão contra
pessoas acusadas de ligação
com a organização criminosa
que, segundo as investigações
de quase dois anos da PF, comprava grande quantidade de cocaína em países como Bolívia,
Colômbia e Peru e as revendia
na Europa e no Oriente Médio.
Além do libanês, 19 pessoas
foram presas -17 em São Paulo
e 3 no Mato Grosso do Sul.
No Estado, dois aviões (um
deles de médio porte), 15 carros
(sendo nove de luxo e alguns
até blindados) foram apreendidos, além de R$ 75 mil, US$ 15
mil e cerca de 90 jóias.
A investigação da PF brasileira foi desencadeada, em 2005,
depois que a Polícia Federal da
Alemanha descobriu e enviou
informações ao Brasil sobre
uma rota internacional de tráfico de drogas coordenada por libaneses que vivem no país.
O esquema comandado por
Nasrallah, segundo o procurador da República Rodrigo Fraga Leandro de Figueiredo, consistia em traficar cocaína em
barcos, com embarcações que
saíam clandestinamente do Pará, São Paulo e Rio de Janeiro e
também com o aliciamento de
funcionários de companhias
aéreas e de navios. Em alguns
casos, a cocaína ia em contêineres com frutas.
De acordo com o delegado da
PF Fernando Antonio Bonhsack, com o dinheiro obtido
com o tráfico, Nasrallah levava
uma "vida de sheik" no Brasil.
Na mansão em que Nasrallah
vivia em Valinhos, segundo o
delegado, havia uma banheira
avaliada em US$ 60 mil, além
de detalhes em ouro nas paredes de mármore.
Outro lado
A Folha procurou ontem o
advogado Hélio Bialski, defensor de Nasrallah, mas recebeu a
informação de que "ele estava
em audiência e só iria falar
amanhã [hoje]" sobre a prisão
de seu cliente. Nenhum parente do libanês foi encontrado.
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