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Redução de homicídios é menor no interior de SP
Em 2008, índices de homicídios caíram 17,9% na capital e só 6,33% no interior
"Temos recebido muitos nordestinos nas plantações de cana-de-açúcar, o que altera a sistemática do interior", diz coronel Daniel Rodrigueiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dados divulgados ontem
pela Secretaria da Segurança
Pública mostram que nos municípios do interior de São Paulo a velocidade na queda da criminalidade não acompanha o
ritmo da capital paulista.
Em 2008, enquanto os índices de homicídios na cidade de
São Paulo caíram 17,9%, no interior a queda foi de 6,33%.
Alguns crimes que tiveram
menos registros na capital em
2008 chegaram até a crescer
nas cidades do interior. É o caso
do roubo a banco -34,5% a
mais- e do furto de veículos
-crescimento de 2,7%.
Diferentemente da Grande
São Paulo e de cidades maiores,
como Campinas, boa parte do
interior ainda não conta com o
Infocrim, um sistema de informações e mapeamento criminal que, segundo o governo,
contribui na atuação da polícia.
Para o capitão Márcio da Silva, da Coordenadoria de Análise e Planejamento da secretaria, isso ajuda a explicar a diferença dos índices.
O governo promete equipar
as cidades de até cem mil habitantes com tais mapas até o final de fevereiro. Fala em estendê-los a todos os municípios do
Estado até dezembro.
O coronel Daniel Rodrigueiro, subcomandante-geral da
PM, dá ainda outra explicação
para a diferença. "Temos recebido muitos nordestinos nas
plantações de cana-de-açúcar,
o que altera a sistemática do interior." Questionado pela Folha se estava mesmo atribuindo a criminalidade à migração
dos nordestinos, o coronel respondeu: "É uma das causas".
Acidentes de trânsito
O número de acidentes de
trânsito com mortes caiu na capital e na Grande São Paulo,
nos primeiros seis meses da lei
seca, que começou no dia 19 de
junho do ano passado. No interior, porém, o índice cresceu.
Ao longo do período, o total
de acidentes com mortes na capital e nos 39 municípios da região metropolitana caiu 12%
em relação aos primeiros seis
meses de 2008. Já no interior,
esse índice aumentou 10% no
mesmo período. A Secretaria
da Segurança Pública não divulga a quantidade de vítimas,
mas só o total de acidentes.
A discrepância entre as regiões confirma tendência
apontada pela Folha em reportagem publicada em dezembro:
no interior, onde até então havia menos bafômetros e menos
fiscalização, o impacto da lei
seca foi menos perceptível.
Até dezembro, a Polícia Militar tinha 51 bafômetros na capital e 79 espalhados por rodovias do interior. Naquele mês, a
PM comprou mais 470 bafômetros. Até o fechamento desta edição, porém, a PM não havia informado quantos foram
entregues, nem para onde vão.
Para especialistas, a eficácia
da lei seca está diretamente ligada à fiscalização.
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