São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 2009

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Número de mortos por chuva no RS já chega a 11

Cinco novos corpos foram encontrados ontem

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Mais cinco corpos foram encontrados ontem no Rio Grande do Sul, elevando para 11 o número de mortos pelas chuvas e inundações que castigam o sul do Estado desde a noite de quarta. De acordo com a Defesa Civil, cinco pessoas ainda estão desaparecidas, mais de 3.300 tiveram que abandonar suas casas e pelo menos 50 mil foram diretamente afetadas.
Quatro pessoas que morreram afogadas foram encontradas pelas buscas no arroio Fragata, entre os municípios de Capão do Leão (265 km de Porto Alegre) e Pelotas (258 km de Porto Alegre). Entre elas estava o maquinista Adão Luiz Martinez, 54, que desapareceu depois que o trem que ele conduzia descarrilou na madrugada de quinta durante a enchente. O outro corpo foi encontrado na zona rural de Pelotas.
Quatro cidades decretaram situação de emergência por causa dos estragos -o que permite liberar recursos e firmar contratos sem licitação. São elas: Capão do Leão, Pelotas, Turuçu e Morro Redondo.
O município mais castigado foi Capão do Leão, que registrou oito mortes. A cidade continua isolada desde que a ponte sobre o arroio Fragata, na BR-116, foi levada pela enxurrada na madrugada de quinta. A energia elétrica só foi restabelecida ontem à tarde, mas os 23 mil habitantes continuam sem água encanada.
Situada em um nível mais baixo que os outros municípios vizinhos, Pelotas sofreu com alagamentos mesmo depois de a chuva ter diminuído. A água acumulada nas regiões mais altas escoou provocando inundações e deixando um rastro de prejuízos. Duas estações de tratamento de água foram destruídas, 44 pontes da zona rural sofreram avarias e mais de 1.200 km de estradas vicinais foram danificados.
Cerca de 500 pessoas, de um total de 339 mil habitantes na cidade, foram levadas para abrigos montados pela prefeitura em escolas.
"O prejuízo é muito grande, muitas famílias perderam tudo", diz o prefeito Adolfo Fetter Júnior (PP).
De acordo com os serviços de meteorologia, em 48 horas choveu mais de 300 milímetros -o equivalente à média de dois meses. O meteorologista Eugênio Hackbart afirma que um ciclone subtropical estacionado na costa do Uruguai deve trazer mais chuva e ventos de até 80 km/h para a região durante o final de semana.


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