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Biblioteca na área do antigo Carandiru será aberta em fevereiro
Novo espaço cultural da zona norte de SP começa adaptado para pessoas com deficiência e se aproxima do conceito das grandes livrarias para atrair leitores
MARIA EUGÊNIA DE MENEZES
DA REVISTA DA FOLHA
No próximo dia 8, a capital
paulista ganhará um novo espaço de cultura: a Biblioteca de
São Paulo. Instalada no parque
da Juventude, na área da antiga
Casa de Detenção do Carandiru, a nova biblioteca pública se
inspirou no conceito das grandes livrarias da cidade para
conquistar seus leitores.
"A ideia é que ela pareça uma
"megastore" pública", explica o
Secretário de Estado da Cultura de São Paulo, João Sayad.
"Ela deve ter tudo aquilo que
essas lojas oferecem, mas estará aberta para atender a todos."
A biblioteca custou cerca de
R$ 12,5 milhões (R$ 10 milhões
do Estado e R$ 2,5 milhões do
Ministério da Cultura). E, para
atrair seus futuros usuários,
não investiu apenas no acrevo
de 30 mil livros.
Além de dispor de outras mídias, como CDs e DVDs, o projeto centrou esforços na decoração do prédio, na oferta de
tecnologia e em uma estrutura
completamente acessível e preparada para atender pessoas
com deficiência.
Entre esses recursos, estão
mesas reguláveis, que se adaptam a qualquer tamanho de cadeira de rodas, folheadores automáticos de páginas, para
aqueles que perderam os movimentos das mãos, e também
computadores adaptados.
Usuários cegos terão ainda
mil títulos de "audiobooks" e
um equipamento que, automaticamente, é capaz de transpor
obras literárias convencionais
para faixas de áudio ou placas
em braile. "Isso deve aumentar
muito a oferta de livros para cegos", afirma Adriana Ferrari,
gestora do projeto e assessora
da Secretaria de Cultura.
Estratégia de sedução
A Biblioteca de São Paulo dedica grande parte de seus 4.200
m2 aos mais jovens. Todo o andar térreo está divido em alas
para três faixas etárias: de zero
a três anos, de quatro a 11 anos
e de 12 a 17 anos. Ali, poltronas
coloridas e pufes dividem espaço com estantes baixas -projetadas sob medida- nas quais livros, discos e filmes ficam misturados e expostos diretamente ao público.
Também estarão à disposição cem computadores, com livre acesso à internet, dezenas
de jogos eletrônicos e um aparelho Kindle, o livro digital da
Amazon. "É uma tentativa de
atrair o não leitor", afirma Sayad. "Se o hábito de ler voltar a
ser moda algum dia, podemos
fazer uma biblioteca escura,
austera. Hoje, para conquistar
o público de não leitores, ela
precisa ser assim."
O esforço para seduzir os frequentadores pautou a escolha
do espaço -próximo ao metrô- e o projeto arquitetônico,
que contemplou um café, uma
varanda com espaço para
shows e saraus e um auditório.
"Teremos uma programação
de cursos e oficinas, voltada inclusive para temas que não estão ligados à literatura, como o
grafite", conta a diretora da biblioteca, Magda Montenegro.
Ela também promete um horário expandido de atendimento - até as 21h de segunda a
sexta, e até as 17h, aos sábados,
domingos e feriados. "Não dá
para fechar na mesma hora da
repartição pública. A intenção
é que as pessoas venham para
cá depois do trabalho", afirma.
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