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TRÂNSITO
Mas ainda pode ser suspenso
Blat é inocentado no caso do Detran
FABIANE LEITE
da Folha Online
O Ministério Público de São
Paulo inocentou o promotor José
Carlos Blat de suposto envolvimento no esquema de desbloqueio irregular de veículos com
débitos no Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
O caso foi arquivado porque, segundo o Ministério Público, não
foram encontrados indícios de
participação de Blat nas irregularidades. "Concluímos que não
havia dados para incriminá-lo",
afirmou o procurador José Luis
Alick, autor do parecer que inocentou o promotor.
No entanto, o parecer aponta
que o promotor foi omisso por
não cuidar pessoalmente dos documentos de seus carros e delegar
a tarefa a funcionários do MP.
"Ele foi negligente ao não conferir
a documentação", disse Alick.
Segundo o procurador, neste
caso, a omissão de Blat não é crime. Mas existe um procedimento
na corregedoria do Ministério Público apurando eventual infração
administrativa de Blat. Se comprovada a infração, o promotor
pode ser advertido ou até suspenso por no máximo 90 dias.
Em dezembro do ano passado,
comunicados de deferimento de
recursos de multas de veículos de
Blat foram localizados na banca
de jornal do ex-PM Genival Furlan, suspeito de praticar irregularidades no Detran. O caso foi revelado quando o promotor chefiava as investigações a respeito de
desbloqueio irregular de veículos.
A corregedoria descobriu que
os veículos do promotor, um Fiat
e uma Blazer, tinham sido licenciados em 98 sem o pagamento de
multas e IPVA. O promotor se
afastou das investigações do Detran enquanto o caso era apurado.
O parecer diz que o motorista
do MP Osmar de Lucca é que teria
intermediado os desbloqueios
dos carros, sem que o promotor
soubesse. De acordo com o relatório, Lucca ofereceu-se para cuidar
dos carros de Blat. O motorista teria ficado com medo de contar ao
promotor que o licenciamento tinha sido realizado ilicitamente.
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