São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


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PETROBRAS
Relatório foi divulgado ontem
Falha em dutos pode ter causado acidente

ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio

Antes de romper, o duto da Petrobras do qual vazaram 1.292 toneladas de óleo para a baía de Guanabara, em meados de janeiro, estava se "chocando" com um duto vizinho muito próximo. Esse é um dos motivos que explicam o rasgo no duto de aço que liga a Reduc (Refinaria Duque de Caxias) ao terminal da Ilha D"Água.
A informação consta do relatório da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) sobre o acidente, divulgado ontem.
O duto acidentado transportava óleo quente. Sujeito a movimentos de dilatação, deveria estar livre na baía e enterrado no canal. Mas a situação era a oposta. Quase três metros de lama cobriam o duto a 58 metros da saída do canal. No canal, 1 km de tubulação não estava enterrada a 1,5 metros de profundidade, conforme previsto.
E, para completar, um duto que estava a um metro de distância -o que não estava errado- barrou os movimentos do duto para um lado, acentuando o deslocamento deste para o outro, o que gerou uma dobra até rasgar.
No início do mês, quando divulgou seu relatório, a Petrobras ainda não tinha essa informação. Apresentou, então, como explicações, o assoreamento da baía e o fato de o duto estar solto no canal.
Segundo Antonio Luiz Menezes, diretor da Petrobras, a empresa sabia, desde 97, que partes do duto estavam desenterradas. Isso, disse, "era irrelevante".
Para Carlos Camerini, presidente da sindicância interna da Petrobras, nem o duto acidentado nem o outro com o qual se chocou ficaram avariados pelos "esbarrões".
O trecho assoreado havia sido dragado pela Petrobras, para que uma balsa pudesse transportar partes do duto que estava sendo instalado. Apesar de vários trechos da baía estarem assoreados, a Petrobras argumenta que o assoreamento não poderia ter sido previsto e não teria sido detectado na última inspeção, em 97.


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