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PETROBRAS
Relatório foi divulgado ontem
Falha em dutos pode ter causado acidente
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
Antes de romper, o duto da Petrobras do qual vazaram 1.292 toneladas de óleo para a baía de
Guanabara, em meados de janeiro, estava se "chocando" com um
duto vizinho muito próximo. Esse
é um dos motivos que explicam o
rasgo no duto de aço que liga a
Reduc (Refinaria Duque de Caxias) ao terminal da Ilha D"Água.
A informação consta do relatório da Coppe (Coordenação dos
Programas de Pós-Graduação de
Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) sobre o
acidente, divulgado ontem.
O duto acidentado transportava
óleo quente. Sujeito a movimentos de dilatação, deveria estar livre
na baía e enterrado no canal. Mas
a situação era a oposta. Quase três
metros de lama cobriam o duto a
58 metros da saída do canal. No
canal, 1 km de tubulação não estava enterrada a 1,5 metros de profundidade, conforme previsto.
E, para completar, um duto que
estava a um metro de distância
-o que não estava errado- barrou os movimentos do duto para
um lado, acentuando o deslocamento deste para o outro, o que
gerou uma dobra até rasgar.
No início do mês, quando divulgou seu relatório, a Petrobras ainda não tinha essa informação.
Apresentou, então, como explicações, o assoreamento da baía e o
fato de o duto estar solto no canal.
Segundo Antonio Luiz Menezes, diretor da Petrobras, a empresa sabia, desde 97, que partes
do duto estavam desenterradas.
Isso, disse, "era irrelevante".
Para Carlos Camerini, presidente da sindicância interna da Petrobras, nem o duto acidentado nem
o outro com o qual se chocou ficaram avariados pelos "esbarrões".
O trecho assoreado havia sido
dragado pela Petrobras, para que
uma balsa pudesse transportar
partes do duto que estava sendo
instalado. Apesar de vários trechos da baía estarem assoreados,
a Petrobras argumenta que o assoreamento não poderia ter sido
previsto e não teria sido detectado
na última inspeção, em 97.
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