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Fotógrafa trocou cão por menina
DA REPORTAGEM LOCAL
Janaína tinha três anos quando
foi adotada pela fotógrafa Yone
Lindgren. Na época, 20 anos atrás,
Janaína vivia pelo chão da oficina
do avô, num subúrbio do Rio, a
mesma oficina onde Yone e sua
companheira costumavam levar
o carro, sempre acompanhadas
pelo pastor alemão Jedai.
"O avô viu que me preocupava
com a menina e um dia propôs:
"Você leva a menina e deixa o cachorro", lembra. Jedai morreu no
ano seguinte. Janaína tinha a cabeça machucada por fórceps, não
falava e manifestava dificuldades
motoras. A mãe, que tinha 18 anos
quando Janaína nasceu, teve outros dois filhos.
"Foram se agregando à minha
casa, a mãe e os outros filhos, formando uma grande família."
Yone conta que todos sempre
souberam da sua orientação sexual. "Janaína fazia questão que
eu fosse à escola no Dia das Mães
e no Dia dos Pais."
Aos 13 anos, Janaína foi levada
pelo pai, armado, e desapareceu
no morro por três meses. "Quando a polícia conseguiu resgatá-la,
tinha sofrido todo tipo de violência", conta Yone. "Começamos
tudo de novo."
Hoje Janaína está casada, mora
e trabalha em Araruama, no Rio.
Como não pode ter filhos, em decorrência das violências que sofreu, o marido lhe deu um poodle,
que já lhe deu filhotes. Um deles,
batizado de Igor José, foi para a
mãe, no lugar do neto prometido.
Yone Lindgren coordena o grupo de lésbicas Movimento Delas e
o DDH (Disque-Defesa Homossexual).
DDH: tel. 0/xx/21/3399-1304
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