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INFÂNCIA
Ministério Público investiga rede pública hospitalar
DA REPORTAGEM LOCAL
Inquérito da Promotoria da Infância e Juventude concluiu que
tanto a rede hospitalar municipal
quanto a estadual não têm UTIs
neonatais em quantidade suficiente para atender à procura da
população de São Paulo.
A investigação começou com
base em reportagem publicada
pela Folha em setembro do ano
passado. Nela, um estudo feito em
2000 pela Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo) mostrava a
peregrinação de grávidas que passaram pela Amparo Maternal, entidade filantrópica que atende
gestantes de baixo risco. Das 520
mulheres, 76% delas tiveram de
passar por dois ou mais hospitais
antes de serem internadas. No
grupo pesquisado, 80,4% realizaram pré-natal na rede pública de
saúde, mas dessas, mais da metade (51%) fizeram menos de seis
consultas, número mínimo recomendado pela Organização Municipal da Saúde (OMS).
Mas, mais grave que a peregrinação das gestantes, é a falta de
leitos em UTIs neonatais, segundo o promotor Vidal Serrano.
"Isso foi o que mais nos chocou.
É um problema grave, já que a falta de leitos pode determinar se
uma criança morre ou não", diz.
Não foi possível precisar, segundo o promotor, o tamanho do
problema, mas a conclusão veio a
partir dos depoimentos dos coordenadores das unidades.
Serrano está finalizando o inquérito e deverá chamar, dentro
de 15 dias, os secretários municipal, Gonçalo Vecina, e estadual da
Saúde, Luiz Roberto Barradas, para que eles apresentem soluções.
Outro lado
Ambas as secretarias foram procuradas pela Folha na sexta.
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que Vecina não poderia
dar entrevista por estar em Brasília. Nos 12 hospitais municipais,
há 82 leitos neonatais. Segundo a
prefeitura, 70% das gestantes que
fazem pré-natal nas unidades básicas de saúde têm um hospital referência indicado pelo município.
A Secretaria Estadual da Saúde
informou que não se pronunciará
sobre o assunto até ser notificada
pelo Ministério Público. Apenas
alegou em nota oficial que o Estado possui 510 leitos neonatais
-número que seria 37% superior se comparado ao de 2001.
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