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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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INFÂNCIA

Ministério Público investiga rede pública hospitalar

DA REPORTAGEM LOCAL

Inquérito da Promotoria da Infância e Juventude concluiu que tanto a rede hospitalar municipal quanto a estadual não têm UTIs neonatais em quantidade suficiente para atender à procura da população de São Paulo.
A investigação começou com base em reportagem publicada pela Folha em setembro do ano passado. Nela, um estudo feito em 2000 pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) mostrava a peregrinação de grávidas que passaram pela Amparo Maternal, entidade filantrópica que atende gestantes de baixo risco. Das 520 mulheres, 76% delas tiveram de passar por dois ou mais hospitais antes de serem internadas. No grupo pesquisado, 80,4% realizaram pré-natal na rede pública de saúde, mas dessas, mais da metade (51%) fizeram menos de seis consultas, número mínimo recomendado pela Organização Municipal da Saúde (OMS).
Mas, mais grave que a peregrinação das gestantes, é a falta de leitos em UTIs neonatais, segundo o promotor Vidal Serrano.
"Isso foi o que mais nos chocou. É um problema grave, já que a falta de leitos pode determinar se uma criança morre ou não", diz.
Não foi possível precisar, segundo o promotor, o tamanho do problema, mas a conclusão veio a partir dos depoimentos dos coordenadores das unidades.
Serrano está finalizando o inquérito e deverá chamar, dentro de 15 dias, os secretários municipal, Gonçalo Vecina, e estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas, para que eles apresentem soluções.

Outro lado
Ambas as secretarias foram procuradas pela Folha na sexta.
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que Vecina não poderia dar entrevista por estar em Brasília. Nos 12 hospitais municipais, há 82 leitos neonatais. Segundo a prefeitura, 70% das gestantes que fazem pré-natal nas unidades básicas de saúde têm um hospital referência indicado pelo município.
A Secretaria Estadual da Saúde informou que não se pronunciará sobre o assunto até ser notificada pelo Ministério Público. Apenas alegou em nota oficial que o Estado possui 510 leitos neonatais -número que seria 37% superior se comparado ao de 2001.

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