São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2004

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Licitação previa mais 200 equipamentos e pretendia reduzir em 30% as mortes em acidentes; companhia não comenta

CET suspende novos radares em ano eleitoral

DA REPORTAGEM LOCAL

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo suspendeu a licitação lançada no dia 10 deste mês para instalar mais 200 radares de fiscalização fotográfica na capital paulista.
A empresa não explica por que tomou essa decisão, mas a Folha apurou que um dos principais motivos foi a preocupação com os efeitos negativos na tentativa de reeleição de Marta Suplicy (PT).
Embora a assessoria da imprensa da CET não tenha se manifestado, a empresa deve alegar que a medida foi tomada por problemas técnicos do edital -que será reavaliado pelos técnicos, de forma que não seja feita uma nova contratação antes de outubro.
A concorrência era a maior desse tipo já feita na história de São Paulo. Ela também previa a "terceirização" da reforma e manutenção de 400 cruzamentos. A suspensão temporária foi discutida com empresas interessadas. A Abramcet (que reúne operadoras de radar) informou que ela é positiva ao corrigir imperfeições.
No "Diário Oficial", a CET alegou "razões de interesse público, motivadas por fatos supervenientes" para revogar a licitação. A preocupação com os resultados eleitorais da instalação de radares já havia sido demonstrada a assessores pelo secretário dos Transportes, Jilmar Tatto.
Os 200 equipamentos seriam instalados em cruzamentos e, além de controlar a velocidade excessiva, seriam capazes de multar os motoristas por desrespeito ao semáforo e à faixa de pedestres.
A capital paulista já tem hoje 180 radares e 80 "caetanos" -máquinas que fotografam os veículos que desrespeitam os semáforos.
Esses aparelhos, instalados a partir de 1997, são os principais responsáveis pela redução das mortes no trânsito -que somavam 2.245 em 1996 e que, em 2003, atingiram 1.268 mortes.
A CET dizia que os 200 novos radares levariam a uma nova redução de 30% das vítimas fatais.
O adiamento dessa meta se dá às vésperas do lançamento de uma campanha nacional pela paz no trânsito, que terá como um dos focos a necessidade de controle do excesso de velocidade, que, aliado à embriaguez, é a principal razão dos acidentes no país.
A campanha será lançada oficialmente no dia 7, quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) fará eventos sobre a segurança viária. (ALENCAR IZIDORO)


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