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Pelo judaísmo, religioso poderá no máximo ser afastado da presidência do rabinato
LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Se for provado que o rabino
Henry Sobel furtou gravatas
nos EUA, o máximo que pode
lhe acontecer é perder o emprego de presidente do rabinato da CIP (Congregação Israelita Paulista).
Isso acontece porque o judaísmo não é hierárquico nem
tem regras aplicáveis a todos os
fiéis do mundo da mesma maneira. O furto é condenado na
Torá, livro sagrado da religião,
mas a maneira como a punição
se dá varia muito de sinagoga
para sinagoga (os templos onde
os fiéis rezam) e de acordo com
o ramo ao qual a pessoa está ligada. Pode haver perdão, reprimenda ou, no limite, o envio do
caso a um tribunal rabínico,
que resolve litígios internos.
Neste sentido, o judaísmo é
profundamente diferente do
catolicismo. O Vaticano é o
centro físico. O papa é a autoridade máxima e o que ele diz
tem peso de lei para os fiéis.
Na religião de Sobel, isso não
existe. Nem o presidente do Estado de Israel nem o rabino-chefe podem tirar o título de rabino de alguém. O que este último diz vale mais como conselho do que como norma. As sinagogas, em geral, não se organizam em pirâmide, só têm de
dar satisfações a seus membros
e mantêm relações entre si no
aspecto da cooperação.
Os rabinos obtêm o título
após estudar em uma universidade específica. Eles podem se
casar. Segundo a linha que seguem (ortodoxo, conservadores, liberais, reformistas), mantêm contato entre si em conselhos mundiais, mas estes órgãos não têm caráter punitivo.
Porém, e isso é algo que acontece especialmente no Brasil, o
rabino é empregado de uma sinagoga e vive do salário que recebe dela. Sobel e a CIP fazem
parte do ramo liberal.
Há no Brasil cerca de 130 mil
judeus -75 mil em São Paulo.
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