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Religioso atuou na luta contra a ditadura
DA REPORTAGEM LOCAL
Nascido em 9 de janeiro
em Lisboa, para onde seus
pais haviam se refugiado
do nazismo, Henry Isaac
Sobel chegou ao Brasil em
1970, vindo dos EUA, país
que acolheu a família, ainda nos anos 40, que fugia
de uma Europa destroçada pela 2ª Guerra Mundial
-o rabino tem cidadania
norte-americana.
Cursou literatura hebraica no Jewish Institute
of Religion. Após se formar rabino, veio para o
Brasil, em 1970, e foi professor de estudos judaicos
da USP até 1975.
Naquele ano ocorreu o
episódio que o tornou conhecido no Brasil, quando
se negou a sepultar como
suicida o jornalista Vladimir Herzog, assassinado
nos porões do regime militar. Foi um dos mais duros
golpes no regime militar e
um marco da aproximação
de Sobel com a Igreja Católica e grupos defensores
dos direitos humanos.
Sua atuação política vinha ainda dos libertários
anos 60. Em Nova York, ao
lado de outros religiosos,
militou pelo fim da intervenção norte-americana
no Vietnã.
Visto com liberal dentro
do judaísmo, sempre defendeu a aproximação entre as religiões, incluindo
judeus e muçulmanos, até
hoje inimigos históricos, o
que lhe rendeu críticas dos
judeus ortodoxos.
Esse posicionamento
multirreligioso o aproximou de outras figuras religiosas que resistiam ao regime, como o cardeal d.
Paulo Evaristo Arns.
Em 1983, virou presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista, uma das mais fortes entidades da religião no Brasil, cargo do qual se afastou
temporariamente anteontem.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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