São Paulo, sábado, 31 de março de 2007

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Religioso atuou na luta contra a ditadura

DA REPORTAGEM LOCAL

Nascido em 9 de janeiro em Lisboa, para onde seus pais haviam se refugiado do nazismo, Henry Isaac Sobel chegou ao Brasil em 1970, vindo dos EUA, país que acolheu a família, ainda nos anos 40, que fugia de uma Europa destroçada pela 2ª Guerra Mundial -o rabino tem cidadania norte-americana.
Cursou literatura hebraica no Jewish Institute of Religion. Após se formar rabino, veio para o Brasil, em 1970, e foi professor de estudos judaicos da USP até 1975.
Naquele ano ocorreu o episódio que o tornou conhecido no Brasil, quando se negou a sepultar como suicida o jornalista Vladimir Herzog, assassinado nos porões do regime militar. Foi um dos mais duros golpes no regime militar e um marco da aproximação de Sobel com a Igreja Católica e grupos defensores dos direitos humanos.
Sua atuação política vinha ainda dos libertários anos 60. Em Nova York, ao lado de outros religiosos, militou pelo fim da intervenção norte-americana no Vietnã.
Visto com liberal dentro do judaísmo, sempre defendeu a aproximação entre as religiões, incluindo judeus e muçulmanos, até hoje inimigos históricos, o que lhe rendeu críticas dos judeus ortodoxos.
Esse posicionamento multirreligioso o aproximou de outras figuras religiosas que resistiam ao regime, como o cardeal d. Paulo Evaristo Arns.
Em 1983, virou presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista, uma das mais fortes entidades da religião no Brasil, cargo do qual se afastou temporariamente anteontem. (JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


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