São Paulo, sábado, 31 de março de 2007

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Outro lado

Polícia passou de reativa a ativa, afirma secretário

DA SUCURSAL DO RIO

O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse ontem que o aumento de mortes em supostos confrontos com policiais no Estado -rotulados de autos de resistência- é conseqüência de uma mudança de atitude por parte das polícias estaduais.
"Obviamente, quando a polícia vai cumprir a sua missão (...) existe o confronto. Infelizmente, a solução para isso não é uma solução boa, é uma solução traumática. (...) Entendo que saímos de uma polícia reativa para uma polícia ativa. Seria muito mais fácil ficarmos parados, esperando as situações acontecerem", afirmou.
Para o secretário, os dados da criminalidade no mês de janeiro "não são bons", mas "as soluções não surgem de uma hora para outra". Beltrame disse considerar que janeiro é um "mês ainda de transição", em que "havia uma ansiedade".
"Os dados de janeiro têm a sua significação, mas não serão eles que nos farão mudar o norte. Existem argumentos suficientes para explicar esse dados", disse Beltrame.
Quando tomou posse no início de janeiro, Beltrame afirmou que não "agüentava mais" a situação de violência no Rio de Janeiro.
Defendeu a necessidade de um policiamento ostensivo nas ruas, inclusive com a ajuda do Exército. "O Estado tem de dar visibilidade de segurança à população, através do policiamento ostensivo", disse na época.
Em fevereiro, ao participar do sepultamento do garoto João Vieites, de 6 anos, que morreu após ser arrastado do lado de fora do carro por criminosos, Beltrame voltou a defender mais rigor.
"Temos que rever o policiamento", afirmou. No início deste mês, quando três franceses foram assassinados no Rio, o secretário afirmou que só inclusão social diminuiria a criminalidade no Estado. "Só com inclusão social vai melhorar. Quem tem solução na cartola é mágico", disse.
(ST)


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