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Polícia do Rio mata 77% a mais em 2007
Estatística oficial compara janeiro de 2006, que teve 56 mortos em supostos confrontos, contra 117 em janeiro deste ano
No mês, de acordo com os dados apresentados ontem, houve 31 ocorrências de bala perdida, sendo que três delas terminaram em morte
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Em janeiro, primeiro mês da
gestão Sérgio Cabral Filho
(PMDB) no governo do Estado
do Rio, as Polícias Militar e Civil mataram 117 pessoas em supostos confrontos. Isso representa 77,3% a mais do que os 56
mortos por policiais em janeiro
do ano passado.
O dado consta de estatísticas
divulgadas ontem pelo ISP
(Instituto de Segurança Pública), autarquia vinculada à Secretaria Estadual de Segurança
Pública. Na entrevista em que
apresentou os índices, porém, a
presidente da entidade, Ana
Paula Miranda, não se referiu
ao crescimento dos chamados
autos de resistência, nome dado às mortes em tiroteios entre
policiais e criminosos.
Na apresentação, a dirigente
do ISP limitou-se a apresentar
os três tipos de crimes que mais
cresceram e os três que mais
caíram no Estado do Rio, na capital, no interior, na Baixada
Fluminense e na região batizada como Grande Niterói. Sempre comparando janeiro deste
ano com janeiro de 2006.
Também foi dado pouco destaque, na divulgação do ISP, aos
índices da violência na cidade
do Rio. A prioridade foi falar sobre os números totais do Estado, o que diluiu os percentuais
comparativos.
Um exemplo importante é o
dos homicídios dolosos (intencionais). Em janeiro, foram assassinados na capital fluminense um total de 227 pessoas, ou
seja, 26,1% a mais do que as 180
mortes ocorridas no mesmo
mês do ano anterior.
Já em todo o Estado, o percentual de crescimento dos homicídios dolosos foi de 9,6%
-526 casos contra 480 em janeiro de 2006.
O anúncio e publicação das
estatísticas criminais costumava ser mensal no governo anterior, de Rosinha Matheus
(PMDB). Neste novo governo, a
primeira estatística foi divulgada somente ontem. O atraso de
dois meses (em relação ao final
de janeiro) foi minimizado pela
presidente do ISP.
"Desde o ano passado já vinham ocorrendo atrasos", afirmou Miranda.
A novidade da nova estatística é o cômputo dos casos de bala perdida, antes não anunciados pela Secretaria de Segurança Pública. Em janeiro, de acordo com o ISP, houve 31 ocorrências, sendo três com morte.
Ou seja, a média de um bala
perdida por dia.
Em janeiro de 2006, houve
22 casos de pessoas vitimadas
por balas perdidas. Morreram
dois baleados. O aumento de
casos em janeiro deste ano foi
de 40,9%. Durante 2006 foram
registradas 224 vítimas, das
quais 19 fatais.
Em todo o Estado, o crime
que mais aumentou na comparação entre janeiros foi o de
roubo a transeuntes. O crescimento foi de 24,8% -4.270 casos em janeiro de 2007, contra
3.421 registros no mesmo período do ano passado.
Roubo em meios de transportes coletivos (ônibus principalmente) vem em seguida,
com aumento de 5,6% em janeiro em relação a janeiro de
2007.
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