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Greve nas universidades se espalha pelo interior de SP
Alunos da Unesp invadiram prédios em cinco cidades; movimento critica decretos de Serra
Na Unicamp, a paralisação parcial das universidades estaduais afeta 15% das aulas; invasão da reitoria em São Paulo já dura 28 dias
DA AGÊNCIA FOLHA
A greve parcial das universidades públicas paulistas avança
pelo interior do Estado e já afeta dez dos 32 institutos da
Unesp e 15% das aulas da Unicamp. Na USP, onde os alunos
invadiram há 28 dias a reitoria,
professores também paralisaram parcialmente as atividades
em algumas unidades.
Os manifestantes pedem o
fim dos decretos do governador
José Serra (PSDB), que, segundo eles, ferem a autonomia das
universidades -além de melhoras na infra-estrutura das
faculdades e mais moradias estudantis. O governo nega que
tenha a intenção de reduzir o
poder das universidades. As negociações estão emperradas.
Em cinco unidades da Unesp
(Rio Claro, Franca, Presidente
Prudente, Ilha Solteira e Assis),
estudantes invadiram prédios
da universidade. Segundo lideranças, cerca de 500 alunos
participam do movimento.
Os estudantes que ocupam o
Instituto de Biociências em Rio
Claro promovem apresentações musicais dentro do prédio
invadido. "Temos um grande
apoio pacífico da comunidade",
diz Francisco Nery da Silva, 21,
estudante de biologia.
Na terça-feira, também houve invasões de estudantes na
Unesp em Ilha Solteira, Assis e
Presidente Prudente. Os alunos de Ilha Solteira e de Presidente Prudente espalharam
colchonetes no saguão do prédio da diretoria.
Em Ilha Solteira, estudantes
fizeram ontem passeata do
campus até o centro da cidade.
Além da revogação dos decretos do governo estadual, pedem
melhorias na moradia estudantil, que, segundo eles, tem cupim no forro e goteiras.
A assessoria da Unesp confirma que a paralisação de funcionários e docentes atinge dez
dos 32 institutos. Parte dos
professores e funcionários
apóia os protestos nas unidades
ocupadas. Em assembléia na
terça, em Rio Claro, por exemplo, 40 dos 160 docentes decidiram apoiar a invasão. "A reivindicação é justa. O prédio é público, e a ocupação, ordeira",
diz o professor Carlos Alberto
Anaruma, do Departamento de
Educação Física.
Na Unicamp, há paralisação
em seis das 20 unidades, segundo a assessoria da universidade.
Quatro institutos e faculdades
da área de ciências humanas estão completamente sem atividades. Na Faculdade de Educação Física e no Instituto de
Geociências, a greve é parcial.
O sindicato dos professores
da Unicamp diz que a adesão
vem crescendo nos últimos
dias. Segundo o presidente da
entidade, Valério José Arantes,
como alunos e funcionários
vêm entrando em greve, os professores têm sido forçados a
também paralisar atividades.
Para hoje, está programada
uma caminhada de professores
e alunos partindo do campus da
USP no Butantã, às 12h45, até o
Palácio dos Bandeirantes.
(VERENA FORNETTI E FELIPE BÄCHTOLD)
Colaborou FABRÍCIO FREIRE GOMES, da Folha
Ribeirão
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