São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2010

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Testes não podem virar caça às bruxas, afirma especialista

DA SÃO PAULO

Os testes antidoping que chegam ao setor aéreo são bem-vindos na avaliação do psicólogo Paulo Mittelman, especialista em estratégias de prevenção antidroga. Isso não significa que eles possam ser aplicados de forma isolada, fora de um contexto mais amplo, diz. Para ele, que também é consultor de empresas, os testes devem também ser voltados para os profissionais que abusam do álcool e da droga de vez em quando. "Esses testes não podem virar uma caça às bruxas." Leia a seguir trechos da entrevista com o especialista.

Folha - No setor aéreo, ainda não é comum a realização dos testes antidoping. Mas como isso é feito em outras áreas?
Paulo Mittelman
- O setor siderúrgico, as empresas de petróleo [por causa de suas operações em alto-mar principalmente] fazem isso com frequência.
Realmente, no setor aéreo, essa ainda não é uma prática muito comum. É algo que deve mudar bastante no futuro.

Essa é uma política que vale a pena, tanto para a empresa quanto para a sociedade?
As testagens são importantes, desde que elas não tenham uma conotação discriminatória.
Dentro de um contexto maior, ela é bastante positiva. Veja o caso do bafômetro na questão do trânsito. Ele realmente ajudou na diminuição dos acidentes.
Essas testagens no setor empresarial também têm um fator de inibição importante.

Pela legislação brasileira, esses testes são legais? Ou existe algum ponto que ainda seja polêmico?
Esses testes não podem ser feitos a revelia de ninguém. Tem que existir uma política clara, transparente. O sigilo também é algo fundamental. Ele precisa existir durante todo o processo.
O funcionário que acaba tendo um resultado positivo retorna depois do tratamento como um excelente profissional. Ele sempre fará questão de mostrar que resolveu o problema. E que está limpo.


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