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PLANOS DE SAÚDE
Conselho de medicina quer aumentar adesão ao movimento contra oito seguradoras iniciado ontem em São Paulo
CRM tenta atrair clínica e hospital a boicote
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo realizaria uma reunião ontem à noite
com o objetivo de convencer clínicas e hospitais a aderir ao boicote contra oito seguradoras de saúde iniciado ontem por médicos da
capital paulista. Com duração indeterminada, o movimento é
contra os valores pagos pelas empresas aos profissionais.
Durante o boicote, a orientação
aos médicos da rede das seguradoras -aqueles que constam nos
catálogos das empresas- é que
atendam apenas pelo sistema de
reembolso: o cliente paga pelo
atendimento e depois busca recuperar o valor na empresa. Os valores cobrados são os referenciais
acertados pela categoria (R$ 42
para consulta, por exemplo), não
os definidos nas tabelas das empresas de saúde.
No sistema normal, os profissionais referenciados atendem
com guias: o segurado não paga
nada na hora, e o profissional recebe diretamente da operadora.
O sindicato de clínicas e hospitais do Estado de São Paulo vetou
que os recibos para reembolso
saiam das tesourarias dos estabelecimentos a ele filiados, o que pode atrapalhar o movimento porque a maioria dos médicos tem algum vínculo com as unidades.
Segundo o diretor de defesa
profissional da APM (Associação
Paulista de Medicina), Florisval
Meinão, a adesão dos estabelecimentos seria "um grande reforço" ao boicote, embora, disse ele,
ontem tenha havido uma participação expressiva dos médicos.
As entidades só deverão ter um
balanço do movimento na segunda, mas Meinão disse que sua avaliação se baseia nas ligações médicos em busca de informações recebidas pelas entidades. O CRM
atendeu a 350 chamadas.
A Fenaseg criticou, em nota, o
movimento, afirmando que "as
seguradoras de saúde são as operadoras que pagam os maiores
valores de consultas e honorários
médicos e em menor prazo: R$ 34
para consultas de segurados de
planos coletivos e até R$ 30 para
planos individuais".
Antônio José da Silva, 57, que é
associado ao Bradesco Seguros,
paga R$ 1.600 por mês à empresa
e não gostou de ter de pagar a
consulta ontem. "Ja é um absurdo
de caro e ainda terei de pagar pela
consulta", afirmou ele, no consultório do ginecologista de sua mulher, Neuza Legnare, 55.
Cerca de cem médicos do Incor
também aderiram ao movimento, segundo o médico Miguel Moretti, que representa o grupo.
Em algumas clínicas, como na
Clinical Center Penha (zona norte), pelo menos cinco consultas
foram desmarcadas pelos pacientes quando eles souberam que teriam de pagar e depois pedir
reembolso. Em outras, médicos
não aderiram. "Tenho um compromisso ético com meus pacientes", disse Maria Jacob, que trabalha na Medical Center (zona sul).
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