São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2008

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Julho deve ser o mês mais seco já registrado em SP

Se não chover hoje, este será o julho com taxas de umidade mais baixas desde 1943, quando o Inmet começou a medir

DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA RIBEIRÃO

O mês de julho deste ano deve ser o mais seco na capital paulista desde 1943, ano em que o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) inaugurou a sua estação em Santana (zona norte) e começou a fazer medições na cidade.
Os recordes anteriores em julho foram nos anos de 1961 e 1974, quando choveu 0,4 mm. Neste mês, porém, não houve registro de chuva pelo Inmet. Na quinta-feira da semana passada, chuviscou em pontos isolados do município, mas em quantidade muito insignificante no local onde está o pluviômetro (instrumento que mede a quantidade de chuva).
Hoje ainda é o último dia do mês, mas, como não há previsão de chuva, pode-se dizer que será o julho mais seco, diz Marcelo Schneider, meteorologista do instituto. Ontem, a umidade na capital chegou a 25% à tarde.
Pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), que desde 1995 tem estações de medição na capital paulista, este mês também foi o julho mais seco. Segundo o meteorologista Michael Rossini Pantera, o motivo é uma massa de ar quente que bloqueou frentes frias. Ele lembra que o inverno já costuma ser mais seco.
"Para comparar, a média histórica de chuva em agosto fica perto de 40 mm. Nos meses de verão, chega a passar de 200 mm", afirma Pantera. Em julho, a média histórica de chuva também é perto de 40 mm.
A perspectiva é que agosto volte a ter umidade relativa do ar normal para a época, que é de 40%, geralmente à tarde.
"Essa situação é característica do inverno. Agora, para saber por que neste ano foi mais extremada, seria preciso realizar um estudo", afirma Christopher Cunningham, coordenador do grupo de previsão climática do Cptec/Inpe.
É possível que este mês tenha sido o julho mais seco em outras cidades do Estado, especialmente nas partes mais ao norte e centrais, além do litoral. Segundo o meteorologista do Inmet, os dados só serão consolidados a partir de amanhã.
Em Ribeirão Preto, a umidade relativa do ar chegou a 9% ontem às 15h, segundo a Cetesb, e fez com que o ar ficasse tão seco quanto o de desertos.
Pela escala da Organização Mundial da Saúde, abaixo de 30% a situação é considerada preocupante. Entre 20% e 30%, o estado é de atenção. De 12% a 20%, o estado é de alerta e, abaixo disso, de emergência.
A taxa foi a terceira menor desde que a Cetesb passou a monitorar o ar em Ribeirão, em 2004 -em setembro daquele ano, a umidade caiu a 6% e 7%, até hoje as menores na cidade.
Segundo o Inmet, que não tem estação em Ribeirão, o índice médio ontem mais baixo entre as cidades paulistas foi em Pradópolis, com 16%.


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