São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2008

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Irmão de Isabella negou haver ladrão, diz vizinho

Em depoimento, morador afirmou que encontrou menino chorando no térreo e lhe perguntou sobre criminoso

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O filho de três anos de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá afirmou a um vizinho que nenhum ladrão entrou no apartamento de sua família na noite da morte de Isabella, 5.
Em depoimento ontem no fórum de Santana (zona norte), Jeferson Friche, morador do edifício London, afirmou que, após ouvir o barulho da queda e descer ao térreo, encontrou o garoto sozinho, chorando. Disse tê-lo levado à quadra, longe de onde Isabella estava caída.
No depoimento ao juiz Maurício Fossen, disse que ao ouvir gritos indicando que um suposto criminoso ainda estava no condomínio, perguntou ao menino se havia um ladrão em seu apartamento. A criança, segundo ele, respondeu que não.
O vizinho disse ter então perguntado ao menino se ele viu Isabella cair do sexto andar. A criança, disse, respondeu apenas: "Ela queria ver a lua, queria ver a casa". Friche afirmou que então a entregou a Jatobá.
Foi a primeira vez que o vizinho foi ouvido por autoridades. O depoimento é contrário à tese da defesa de que uma pessoa entrou no apartamento e atirou Isabella pela janela. O advogado do casal, Marco Polo Levorin, afirmou que as afirmações nada esclareceram. "Não houve nenhuma afirmação feita pelo menino que pudesse envolver qualquer dos acusados", disse.
Segundo ele, o depoimento reforça a tese da defesa, na medida em que o casal e seus filhos não teriam visto o criminoso.
Outras duas pessoas prestaram depoimento. O pedreiro Gabriel Santos Neto, que havia dito à Folha que uma obra nos fundos do edifício havia sido invadida, negou sua afirmação ao juiz. Embora a fita com a entrevista já esteja em poder da Justiça, ele afirmou que não falou com a reportagem. A defesa pediu que ele seja processado por falso testemunho.
Foi ouvida ainda Cristiane de Brito, que disse só ter ouvido um barulho naquela noite.


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