São Paulo, sábado, 31 de julho de 2010

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Bom aluno ajudará criança com nota baixa

Rede paulista tenta melhorar média em matemática, aquém da desejada; se tiver êxito, projeto pode crescer

Tutores escolhidos no ensino médio auxiliarão estudantes de 6º e 7º anos; para educadora, há erro de prioridade

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

Na tentativa de melhorar o rendimento dos alunos em matemática, a Secretaria da Educação paulista implementará neste semestre projeto em que bons estudantes do ensino médio darão monitoria aos mais novos, com dificuldade nas contas.
Em troca, receberão R$ 115 mensais, de bolsa e auxílio. Serão 400 tutores, que atenderão a 1.200 pupilos, num tipo de plantão tira-dúvidas em duas sessões semanais.
Se tiver sucesso, a proposta pode ser ampliada. A rede possui 4,2 milhões de alunos. Para educadora da Unicamp, a ideia é positiva, mas insuficiente.
Os monitores virão do 2º ano do ensino médio; os pupilos, do 6º e 7º anos. Serão selecionados com base em notas no Saresp (exame estadual) e boletins escolares.
A ideia é que os tutores ajudem, por exemplo, na resolução de problemas passados pelos docentes. O projeto visa complementar o reforço já existente.

PONTO CRÍTICO
Matemática tem sido o ponto mais crítico do ensino público, tanto em São Paulo como no país. Na última avaliação estadual, houve recuo na média no ensino médio.
"Queremos que os estudantes tenham uma base melhor na disciplina, em que o desempenho está bem aquém do desejado", disse Camila Barros, que coordena o projeto na secretaria.
O governo Alberto Goldman (PSDB) espera ainda que o contato dos mais novos com bons alunos mais velhos ajude a melhorar o rendimento em todas as disciplinas.
"O aluno tende a ter mais empatia com alguém que tenha poucos anos a mais", disse Luciana Bittencourt Fevorini, coordenadora do colégio particular Equipe, que possui ação semelhante.
"Mas a proposta só dá certo quando há bom acompanhamento dos docentes. O tutor pode se sentir professor, afastando o mais novo, ou vira apenas bate-papo."
O projeto será financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e por ONGs. O modelo foi feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).


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