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Bom aluno ajudará criança com nota baixa
Rede paulista tenta melhorar média em matemática, aquém da desejada; se tiver êxito, projeto pode crescer
Tutores escolhidos no ensino médio auxiliarão estudantes de 6º e 7º anos; para educadora, há erro de prioridade
FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
Na tentativa de melhorar o
rendimento dos alunos em
matemática, a Secretaria da
Educação paulista implementará neste semestre projeto em que bons estudantes
do ensino médio darão monitoria aos mais novos, com dificuldade nas contas.
Em troca, receberão R$ 115
mensais, de bolsa e auxílio.
Serão 400 tutores, que atenderão a 1.200 pupilos, num
tipo de plantão tira-dúvidas
em duas sessões semanais.
Se tiver sucesso, a proposta pode ser ampliada. A rede
possui 4,2 milhões de alunos.
Para educadora da Unicamp,
a ideia é positiva, mas insuficiente.
Os monitores virão do 2º
ano do ensino médio; os pupilos, do 6º e 7º anos. Serão
selecionados com base em
notas no Saresp (exame estadual) e boletins escolares.
A ideia é que os tutores
ajudem, por exemplo, na resolução de problemas passados pelos docentes. O projeto
visa complementar o reforço
já existente.
PONTO CRÍTICO
Matemática tem sido o
ponto mais crítico do ensino
público, tanto em São Paulo
como no país. Na última avaliação estadual, houve recuo
na média no ensino médio.
"Queremos que os estudantes tenham uma base melhor na disciplina, em que o
desempenho está bem
aquém do desejado", disse
Camila Barros, que coordena
o projeto na secretaria.
O governo Alberto Goldman (PSDB) espera ainda que
o contato dos mais novos
com bons alunos mais velhos
ajude a melhorar o rendimento em todas as disciplinas.
"O aluno tende a ter mais
empatia com alguém que tenha poucos anos a mais",
disse Luciana Bittencourt Fevorini, coordenadora do colégio particular Equipe, que
possui ação semelhante.
"Mas a proposta só dá certo quando há bom acompanhamento dos docentes. O
tutor pode se sentir professor, afastando o mais novo,
ou vira apenas bate-papo."
O projeto será financiado
pelo Banco Interamericano
de Desenvolvimento e por
ONGs. O modelo foi feito pela
Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas).
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