DA AGÊNCIA FOLHA

Ontem, em cerca de dez horas, o país presenciou três acidentes aéreos -dois com aviões Fokker-100 da TAM e um com um EMB-120 Brasília da Rico Linhas Aéreas- que resultaram, no mínimo, em 17 mortes. O caso mais grave foi com a aeronave da Rico, que caiu ontem à noite com 31 pessoas à bordo em Rio Branco, capital do Acre.
Os aviões da TAM, que registraram feridos, foram obrigados, em decorrência de falhas de equipamentos, a fazer pousos de emergência no interior de São Paulo -um, em um pasto, e o outro, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (leia texto na pág. C3).
Até a conclusão desta edição, em Rio Branco haviam sete sobreviventes e 17 corpos encontrados pelas equipes de resgate.
Segundo a Rico, estavam no Brasília 28 passageiros e três tripulantes. O vôo havia saído de Cruzeiro do Sul (AC), a 650 km da capital do Estado.
Havia políticos entre os passageiros do Brasília. O deputado federal Ildefonço Cordeiro (PSDB-AC), candidato à reeleição, estaria entre as vítimas, mas não houve confirmação oficial. Sobreviveu, segundo relatos iniciais, Racemi Cameli, sobrinho do ex-governador Orleir Cameli. O nome de Racemi não consta da lista de passageiros divulgada pela empresa.
De acordo com o capitão do Corpo de Bombeiros de Rio Branco, Charles da Silva Santos, a aeronave caiu por volta das 21h (horário de Brasília), numa área conhecida como Ramal da Chapada, a cerca de 20 quilômetros do aeroporto. O local é de difícil acesso. Chovia muito na hora do acidente, relatou Santos.
Segundo o oficial, existe a possibilidade de outros sobreviventes serem encontrados. "Duas das pessoas que encontramos até o momento vieram ao encontro de nossas equipes, o que nos leva a crer que possam existir mais sobreviventes que não conseguem sair do local", disse.
A empresa acredita que o mau tempo deve ter provocado o acidente. "A chuva forte pode ter jogado o avião no chão, porque ele já estava quase pousando. Mas só vai dar para descobrir o motivo depois das investigações", disse Metin Yurtsever, diretor administrativo e financeiro da Rico.
Os técnicos do DAC (Departamento de Aviação Civil), órgão responsável pela investigação, só iriam chegar ao local do acidente por volta das 4h de hoje.
Os tripulantes eram Paulo Roberto Tavares (comandante), Paulo Roberto Nascimento (co-piloto) e Kátia (comissária, sobrenome não divulgado).
A Rico é uma empresa especializada na região amazônica. Possui uma frota de cinco EMB-120 Brasília, incluindo o que caiu ontem.