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TABAGISMO
Fumantes tratados pela Santa Casa do Rio disseram depender física (68%) ou psicologicamente (86%) do cigarro
Pesquisa mostra aumento da dependência
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
Uma pesquisa realizada com
pacientes fumantes atendidos de
agosto de 2000 a julho de 2002 na
Santa Casa de Misericórdia do
Rio mostra que 68% deles tinham
dependência física em relação ao
cigarro e 86,32%, dependência
psicológica.
Houve um aumento dos níveis
de dependência em relação ao
primeiro período do estudo, de
fevereiro de 1998 a julho de 2000.
Nessa fase, 29,18% tinham dependência física, e 70,07%, dependência psicológica.
A dependência física provoca
no fumante, na ausência do cigarro, efeitos da síndrome de abstinência: inquietação, irritabilidade, ansiedade, depressão, queda
da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, constipação intestinal, dificuldade da concentração e
aumento do apetite, entre outros.
A dependência psicológica faz
com que o fumante procure o cigarro quando está nervoso, para
se acalmar. O paciente pode ter
mais de um tipo de dependência.
Foram analisados os prontuários de 570 pacientes na primeira
fase do estudo e de 740 na segunda fase. O objetivo do trabalho era
traçar o perfil dos pacientes atendidos no serviço, que há sete anos
oferece tratamento para fumantes
que querem deixar o cigarro.
Evento
Amanhã a equipe da Santa Casa
promove um evento de combate
ao fumo na praia do Leblon (zona
sul), junto com a Sociedade Brasileira de Cancerologia. Cigarros serão trocados por brindes.
Para a coordenadora do Programa de Dependência de Nicotina
da Santa Casa, a psiquiatra Analice Gigliotti, o aumento nos níveis
de dependência indica que procuram o serviço do hospital pacientes graves, com alto nível de dependência da nicotina.
Ao mesmo tempo, diante do aumento do movimento antitabagista, fumantes leves ou com melhor grau de informação estariam
conseguindo ajuda em outros
centros e com outros profissionais, como médicos particulares,
ou deixando de fumar sozinhos.
"O nível de escolaridade dos nossos pacientes caiu. Isso me faz
pensar que fumantes de nível social mais alto estão sendo orientados em outros lugares", afirma.
Dos pacientes atendidos de fevereiro de 1998 a julho de 2000,
35% conseguiram ficar mais de
um ano sem fumar -segundo estudos especializados, 90% dos
que ultrapassam a marca de um
ano nunca retomam o hábito.
O tratamento inclui medicamentos, adesivos de nicotina e
sessões semanais de psicoterapia
em grupo. As sessões são gratuitas para pacientes carentes, e
quem pode paga uma taxa simbólica semanal.
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