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SEGURANÇA
Fechamento à noite dos caixas 24 horas desde 2001 e o aumento do crime na versão tradicional podem explicar queda
SP registra queda de sequestros relâmpagos
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de sequestros relâmpagos registrados pela polícia na
cidade de São Paulo, no primeiro
semestre deste ano, é o menor
desde que esse tipo de crime começou a ser monitorado em 2000.
De janeiro a junho, a Polícia Civil registrou 370 casos, contra
1.128 registros de dois anos atrás,
segundo a 3ª Delegacia de Crimes
contra o Patrimônio, do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado).
Pelo menos dois fatos, além das
operações policiais específicas
contra o sequestro relâmpago,
podem explicar a queda: o fechamento à noite dos caixas 24h desde o ano passado, por causa do racionamento de energia, e o crescimento do sequestro tradicional,
com pedido de resgate.
O sequestro relâmpago é um
roubo prolongado, em que a vítima fica como refém no próprio
veículo, enquanto os ladrões utilizam seu cartão de banco para fazer saques. Com a restrição de
funcionamento após às 22h, implantada em junho do ano passado, o horário de maior risco mudou da noite para a tarde, entre
15h e 18h -23% dos crimes.
""São indivíduos oportunistas.
Roubam o veículo e aproveitam
para ficar com relógio, dinheiro,
com o cartão de banco da vítima",
afirma o delegado Valter Sérgio
de Abreu, da 3ª Delegacia do Deic,
que contabiliza mensalmente os
casos de sequestros relâmpagos
registrados na capital. Não há estatística oficial para o Estado.
O período de redução coincide
com o surgimento de uma nova
modalidade de sequestro tradicional, com pedido de resgate: a
vítima passa um período curto
em cativeiro, às vezes com mais
de uma pessoa como refém, enquanto os criminosos negociam o
pagamento de quantia inferior ao
que seria cobrado em um sequestro planejado. A vítima é escolhida aleatoriamente, em geral pelo
tipo de carro que dirige.
De 2000 para cá, o número de
sequestros com cativeiro no Estado aumentou 5,2 vezes, passando
de 38 casos no primeiro semestre
de 2000, para 199 no mesmo período deste ano, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
Risco
Nos dois tipos de crime, em comum, a maioria das vítimas é surpreendida na rua, quase sempre
dentro do próprio carro ou se
aproximando dele. No sequestro
relâmpago, 44,5% das vítimas foram pegas no veículo. No sequestro tradicional, esse número salta
para 90% dos crimes.
""É no embarque e desembarque
dos veículos que a pessoa está
mais fragilizada, até mesmo se tiver carro blindado", diz o delegado Manoel Camassa, da Delegacia
de Estelionato do Deic, que durante três anos investigou quadrilhas de assaltantes de carros.
Por esse motivo, as dicas para
escapar desse tipo de crime quase
sempre envolvem cuidados perto
ou dentro de veículos, no trânsito.
Segundo delegados, é preciso ficar atento a pessoas suspeitas antes de entrar ou sair do carro, ao
lugar onde se estaciona e evitar
permanecer muito tempo dentro
de carro parado na rua.
Na capital, 51% dos crimes de
sequestro relâmpago ocorrem na
zona oeste e as vítimas preferidas
não são as mulheres, mas homens
(79,5%). Nos casos com pedidos
de resgate, a maioria dos sequestrados foi atacada em bairros de
classe média alta da zona sul.
No segundo trimestre deste
ano, em relação ao primeiro, houve uma queda de 19% nos casos
de sequestros com cativeiro, mas
os números estão 95% acima do
registrado no ano passado.
Solange Frazão
Anteontem, a personal trainer Solange Frazão, que participou da "Casa dos Artistas 3", do SBT, foi mais uma vítima do sequestro relâmpago. Segundo sua assessoria, por volta das 23h30, uma dupla em uma moto fechou seu Audi,
em Perdizes (zona oeste). Um ladrão armado entrou no carro e o
motoqueiro seguiu o veículo por cerca de uma hora. Solange foi levada até a av. dos Autonomistas, em Osasco, onde o ladrão desceu do Audi. Foram levados um relógio, um anel e R$ 105 -Solange estava sem cartão bancário.
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