|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Médicos, OAB e igreja são contra
DA FOLHA RIBEIRÃO
A intenção do recepcionista Jeson de Oliveira de obter da Justiça
autorização para realizar a eutanásia no filho não encontra respaldo da Igreja Católica, da OAB-SP (Ordem dos Advogados do
Brasil em São Paulo) nem do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).
O presidente do Cremesp, Isac
Jorge Filho, afirma entender o sofrimento do pai nos últimos anos,
mas disse que a prática é proibida
por lei e não pode ser realizada.
"Nunca ninguém conseguiu.
Não vejo abertura alguma na lei
que permita a prática. Entendo o
drama dele, mas isso não significa
que ele possa matar o filho pelo
fato de o quadro ser irreversível",
afirmou o Jorge Filho.
Márcia Regina Machado Melaré, vice-presidente da OAB-SP,
tem a mesma opinião. Para ela, a
eutanásia é uma morte assistida e
só pode ocorrer com autorização
judicial, o que considera difícil
que ocorra. "O que existe é uma
proposta sobre o assunto que foi
colocada em debate pelo Ministério da Saúde. Nada mais."
Ela afirmou também que, ainda
que o pai obtenha autorização judicial, isso não significa que ele
conseguirá a eutanásia. "O médico pode se recusar a fazer, por
princípios éticos ou religiosos. O
pai, então, teria que procurar algum médico para cumprir a determinação judicial", afirmou.
Para dom Caetano Ferrari, bispo coadjutor de Franca, a posição
da Igreja Católica é clara: "Somos
a favor da vida e contra a prática
da eutanásia. Sempre há esperança de vida".
Neste mês, após sua assembléia
geral, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou documento no qual reivindica aos "poderes constituídos em
todos os níveis que recusem projetos que atentem contra a dignidade da vida humana e da família,
particularmente no que diz respeito à descriminalização ou legalização do aborto e da eutanásia".
Texto Anterior: Pai vai pedir à Justiça a eutanásia do filho Próximo Texto: Crônica do desespero: Mãe acampa em hospital e luta pelo filho Índice
|