São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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Choque entre trens mata 8 e deixa 101 feridos no Rio

Uma das composições não passou a tempo para a outra via e teve vagão atingido

Só tinham sido divulgados os nomes de 2 mortos até a conclusão desta edição; foi o pior acidente ferroviário em dez anos no Rio de Janeiro

Rafael Andrade/Folha Imagem
Trabalho de resgate das vítimas do choque entre dois trens que trafegavam na mesma via, mas em sentidos opostos, na Baixada Fluminense, na tarde de ontem

DA SUCURSAL DO RIO

Pelo menos oito pessoas morreram e 101 ficaram feridas num choque entre dois trens urbanos, às 16h09 de ontem, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Segundo a SuperVia, concessionária que administra o transporte ferroviário metropolitano do Rio, o trem de prefixo UP-171 estava com passageiros em oito vagões e se aproximava da estação de Austin quando acertou outro, de prefixo WP-908, com quatro vagões e sem passageiros.
As duas composições estavam na mesma via, mas em direções opostas.
O trem sem passageiros, em teste, realizava uma manobra. Ele se deslocava para uma linha paralela quando teve seu último vagão atingido pelo trem de passageiros, que estava a cerca de 80 km/h.
Até a conclusão desta edição, a SuperVia não sabia informar quantos passageiros estavam no trem na hora do choque.
O número de mortos e feridos ainda era impreciso ontem à noite. Os oito mortos e 101 feridos eram contabilizados pela Secretaria Estadual de Saúde, mas o comandante do Batalhão Ferroviário da PM, tenente-coronel Heraldo Rodrigues, disse no local que já eram 13 os mortos, número não confirmado pela secretaria.
Pouco antes da divulgação da nota, o próprio secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, havia dito que o número de feridos chegava a 111, em vez dos 101 divulgados por sua assessoria.
Esse foi o pior acidente ferroviário no Rio nos últimos dez anos. Em 1996, o choque de um trem de passageiros com outro de carga deixou 15 mortos em Japeri, também na Baixada.
Dos oito mortos confirmados pela Secretaria de Saúde, seis eram homens e dois, mulheres. Até a conclusão desta edição, o Corpo de Bombeiros só tinha confirmado dois nomes: Norival Ribeiro do Nascimento, 50, e Jesse da Silva Lorosa, 70, terceiro-sargento aposentado da PM. Nascimento, segundo o presidente do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil, Valmir de Lemos, era maquinista.
O comandante do Batalhão Ferroviário da PM disse que ouviu relatos de que um maquinista do trem de passageiros -geralmente, ficam dois na cabine- teria pulado da composição segundos antes do choque, ao perceber que não conseguiria parar a tempo.
Não se sabe, no entanto, se esse maquinista é Nascimento ou outro funcionário.
Devido à violência da batida, corpos ficaram mutilados e desfigurados. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, Pedro Marco Cruz Barbosa, os cadáveres estavam em "estado muito sofrido".
Os feridos foram levados para seis hospitais da região metropolitana do Rio. No Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, a maioria dos 29 que chegaram tinham politraumatismo e precisavam de cirurgia.

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