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Choque entre trens mata 8 e deixa 101 feridos no Rio
Uma das composições não passou a tempo para a outra via e teve vagão atingido
Só tinham sido divulgados os nomes de 2 mortos até a conclusão desta edição; foi o pior acidente ferroviário em dez anos no Rio de Janeiro
Rafael Andrade/Folha Imagem
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Trabalho de resgate das vítimas do choque entre dois trens que trafegavam na mesma via, mas em sentidos opostos, na Baixada Fluminense, na tarde de ontem
DA SUCURSAL DO RIO
Pelo menos oito pessoas
morreram e 101 ficaram feridas
num choque entre dois trens
urbanos, às 16h09 de ontem,
em Nova Iguaçu, na Baixada
Fluminense.
Segundo a SuperVia, concessionária que administra o
transporte ferroviário metropolitano do Rio, o trem de prefixo UP-171 estava com passageiros em oito vagões e se aproximava da estação de Austin
quando acertou outro, de prefixo WP-908, com quatro vagões
e sem passageiros.
As duas composições estavam na mesma via, mas em direções opostas.
O trem sem passageiros, em
teste, realizava uma manobra.
Ele se deslocava para uma linha
paralela quando teve seu último vagão atingido pelo trem de
passageiros, que estava a cerca
de 80 km/h.
Até a conclusão desta edição,
a SuperVia não sabia informar
quantos passageiros estavam
no trem na hora do choque.
O número de mortos e feridos ainda era impreciso ontem
à noite. Os oito mortos e 101 feridos eram contabilizados pela
Secretaria Estadual de Saúde,
mas o comandante do Batalhão
Ferroviário da PM, tenente-coronel Heraldo Rodrigues, disse
no local que já eram 13 os mortos, número não confirmado
pela secretaria.
Pouco antes da divulgação da
nota, o próprio secretário de
Saúde, Sérgio Côrtes, havia dito
que o número de feridos chegava a 111, em vez dos 101 divulgados por sua assessoria.
Esse foi o pior acidente ferroviário no Rio nos últimos dez
anos. Em 1996, o choque de um
trem de passageiros com outro
de carga deixou 15 mortos em
Japeri, também na Baixada.
Dos oito mortos confirmados
pela Secretaria de Saúde, seis
eram homens e dois, mulheres.
Até a conclusão desta edição, o
Corpo de Bombeiros só tinha
confirmado dois nomes: Norival Ribeiro do Nascimento, 50,
e Jesse da Silva Lorosa, 70, terceiro-sargento aposentado da
PM. Nascimento, segundo o
presidente do Sindicato dos
Ferroviários da Central do Brasil, Valmir de Lemos, era maquinista.
O comandante do Batalhão
Ferroviário da PM disse que
ouviu relatos de que um maquinista do trem de passageiros
-geralmente, ficam dois na cabine- teria pulado da composição segundos antes do choque,
ao perceber que não conseguiria parar a tempo.
Não se sabe, no entanto, se
esse maquinista é Nascimento
ou outro funcionário.
Devido à violência da batida,
corpos ficaram mutilados e
desfigurados. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, Pedro Marco Cruz Barbosa, os cadáveres estavam em
"estado muito sofrido".
Os feridos foram levados para seis hospitais da região metropolitana do Rio. No Hospital
da Posse, em Nova Iguaçu, a
maioria dos 29 que chegaram
tinham politraumatismo e precisavam de cirurgia.
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