São Paulo, segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ANÍBAL AUGUSTO FERREIRA DE MADUREIRA BEÇA NETO (1946-2009)

Velório foi a última festa do poeta e compositor de Manaus

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nas décadas de 1980 e 1990, todo final de semana era dia de festa na casa do poeta Aníbal Beça. Era o "Sabaníbal", que começava no sábado à tarde e só terminava na segunda pela manhã. Cabeludos, barbudos e bigodudos que se prezassem sempre compareciam -e se revezavam no violão.
"Nunca vi um tipo "normal" nessas festas", brinca o filho, também Aníbal. Era a reunião dos principais artistas de Manaus e uma espécie de reedição do Clube da Madrugada, movimento que começou em 1954 e foi importante para a vida cultural manauara.
Na época, o grupo causava burburinho na cidade, que vivia a efervescência do modernismo. E o clima inspirou Aníbal, então com nove anos. Ele descobriu a vida artística com a pintura. Aos 12, vendia na porta de casa os quadros que fazia.
A poesia veio aos 16, quando escreveu o primeiro livro. Seguiram-se mais 15. Um deles, "Suíte para os Habitantes da Noite", ganhou o Prêmio Nestlé de Literatura de 1994. Compôs ainda 60 canções.
Em 1970, "Lundu do Terreiro de Fogo" participou do festival Internacional da Canção, na voz de Ângela Maria.
E foi com música que os amigos se despediram do poeta. Com o violão, fizeram no velório o último "Sabaníbal".
Ele morreu, aos 62, na terça, de complicações da diabetes.
Deixou três filhos, dois netos e uma bisneta, que nascerá em outubro. Além da mulher, de origem croata, que conhecera havia 40 anos, justamente em uma festa. A missa de sétimo dia será na segunda-feira, às 19h, na igreja N. Senhora de Nazaré, em Manaus.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Empresário atropela, mata, foge e é preso
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.