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Empresário atropela, mata, foge e é preso
Após atingir catador de latinhas com sua BMW, Fábio Pereira Melgar foi seguido por taxista e denunciado à PM
Detido em sua casa, ele disse
ter fugido do local do acidente por achar que sua namorada estava ferida; acusado pagou fiança de R$ 1.200 e foi solto
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Fábio Pereira
Melgar, 29, é acusado pelas polícias Civil e Militar de atropelar e matar com sua BMW prata
o catador de latinhas Adriano
da Fonseca Pereira, 20, em Itaquera (zona leste de São Paulo).
O atropelamento foi por volta das 4h20 de ontem na avenida Itaquera, quando o empresário voltava de uma formatura
com sua namorada, de 17 anos.
A vítima morreu no local.
As polícias Militar e Civil só
conseguiram descobrir rapidamente que Melgar foi o responsável pela morte do catador
porque um taxista que viu o
atropelamento decidiu perseguir a BMW do empresário pelas ruas da zona leste de São
Paulo e repassou os dados do
carro para as autoridades.
Quando os PMs tentaram detê-lo em sua casa, onde havia
escondido a BMW, Melgar
-segundo a polícia- agrediu
um dos policiais com um soco
no rosto e também o ofendeu
com xingamentos. Segundo os
PMs, Melgar estava bêbado.
Somente depois de algemar
Melgar é que os PMs conseguiram levá-lo para o 66º Distrito
Policial (Vale do Aricanduva),
onde o inquérito da morte do
catador será conduzido.
Melgar foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção)
na direção de veículo automotor, fuga de local de acidente e
desacato. O empresário também será investigado sob a suspeita de estar dirigindo bêbado
quando ocorreu o acidente.
Depois de pagar uma fiança
de R$ 1.200, Melgar foi liberado
pela Polícia Civil e agora responderá pelos crimes atribuídos a ele em liberdade.
Outro lado
A Folha não conseguiu localizar o empresário na tarde e
noite de ontem. Irmão do acusado, o advogado Douglas Pereira Melgar o acompanhou
durante seu indiciamento no
66º Distrito Policial, mas ele
também não foi localizado pela
reportagem ontem.
Ao ser interrogado na delegacia, Melgar disse que havia
bebido apenas coquetéis sem
álcool na formatura em que esteve com a namorada.
O empresário também falou
à polícia que só deixou o local
do atropelamento sem prestar
socorro ao catador porque sua
namorada estava suja de sangue e ele não sabia se era ela
quem havia se ferido.
Melgar também disse ao delegado que o interrogou que,
enquanto deixava o local do
atropelamento, chegou a ligar
para pedir socorro para o rapaz
atingido por sua BMW.
Sobre a agressão e o desacato
aos PMs que foram prendê-lo
em sua casa, o empresário disse
ter agido assim porque os policiais invadiram o local, jogaram gás pimenta em seu rosto e
o algemaram.
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