São Paulo, segunda-feira, 31 de agosto de 2009

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Empresário atropela, mata, foge e é preso

Após atingir catador de latinhas com sua BMW, Fábio Pereira Melgar foi seguido por taxista e denunciado à PM

Detido em sua casa, ele disse ter fugido do local do acidente por achar que sua namorada estava ferida; acusado pagou fiança de R$ 1.200 e foi solto

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Fábio Pereira Melgar, 29, é acusado pelas polícias Civil e Militar de atropelar e matar com sua BMW prata o catador de latinhas Adriano da Fonseca Pereira, 20, em Itaquera (zona leste de São Paulo).
O atropelamento foi por volta das 4h20 de ontem na avenida Itaquera, quando o empresário voltava de uma formatura com sua namorada, de 17 anos. A vítima morreu no local.
As polícias Militar e Civil só conseguiram descobrir rapidamente que Melgar foi o responsável pela morte do catador porque um taxista que viu o atropelamento decidiu perseguir a BMW do empresário pelas ruas da zona leste de São Paulo e repassou os dados do carro para as autoridades.
Quando os PMs tentaram detê-lo em sua casa, onde havia escondido a BMW, Melgar -segundo a polícia- agrediu um dos policiais com um soco no rosto e também o ofendeu com xingamentos. Segundo os PMs, Melgar estava bêbado.
Somente depois de algemar Melgar é que os PMs conseguiram levá-lo para o 66º Distrito Policial (Vale do Aricanduva), onde o inquérito da morte do catador será conduzido.
Melgar foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção) na direção de veículo automotor, fuga de local de acidente e desacato. O empresário também será investigado sob a suspeita de estar dirigindo bêbado quando ocorreu o acidente.
Depois de pagar uma fiança de R$ 1.200, Melgar foi liberado pela Polícia Civil e agora responderá pelos crimes atribuídos a ele em liberdade.

Outro lado
A Folha não conseguiu localizar o empresário na tarde e noite de ontem. Irmão do acusado, o advogado Douglas Pereira Melgar o acompanhou durante seu indiciamento no 66º Distrito Policial, mas ele também não foi localizado pela reportagem ontem.
Ao ser interrogado na delegacia, Melgar disse que havia bebido apenas coquetéis sem álcool na formatura em que esteve com a namorada.
O empresário também falou à polícia que só deixou o local do atropelamento sem prestar socorro ao catador porque sua namorada estava suja de sangue e ele não sabia se era ela quem havia se ferido.
Melgar também disse ao delegado que o interrogou que, enquanto deixava o local do atropelamento, chegou a ligar para pedir socorro para o rapaz atingido por sua BMW.
Sobre a agressão e o desacato aos PMs que foram prendê-lo em sua casa, o empresário disse ter agido assim porque os policiais invadiram o local, jogaram gás pimenta em seu rosto e o algemaram.


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