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Em 20 anos, número de fumantes cai 45% no país
Pesquisa do Inca indica que 25 milhões de brasileiros fumam atualmente
Percentual de fumantes é maior entre homens, moradores da região Sul, mais pobres e menos escolarizados
FÁBIO GRELLET
DO RIO
Em 1989, 33% dos brasileiros com mais de 18 anos fumavam, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer).
Hoje, 18% desse público fuma. A queda foi de 45%.
A conclusão é da Pesquisa
Especial de Tabagismo, divulgada ontem pelo Inca.
Realizado simultaneamente
em 14 países, no Brasil o estudo começou em 2008 e ouviu
39.425 pessoas -fumantes
ou não- de 15 anos ou mais.
Foram selecionados, entre
os países com mais fumantes, aqueles com renda baixa
ou média -esse critério excluiu Alemanha, Estados
Unidos e Japão.
Considerado todo o universo de entrevistados -de
maiores de 15 anos-, 17,5%
da população fuma, o que
corresponde a 25 milhões de
brasileiros. Desse total,
45,6% contaram ter tentado
parar nos últimos 12 meses.
Entre os países que já divulgaram dados, a proporção de fumantes é menor no
México (15,9%) e maior na
China (27%).
No Brasil, 22% dos homens e 13% das mulheres fumam -para cada mulher fumante há pouco menos de
dois homens. Na faixa etária
de 15 a 24 anos, a diferença
aumenta: para cada mulher,
há 2,5 homens fumantes.
Embora sejam minoria, as
mulheres começam a fumar
mais cedo que os homens: o
número daquelas que aderiram ao vício antes dos 15
anos é 22% maior do que o
número de homens. Em média, o brasileiro com até 30
anos aderiu ao fumo aos 17.
"Elas começam mais cedo,
mas também abandonam logo o fumo, talvez devido à
gravidez", avalia Liz de Almeida, gerente da Divisão de
Epidemiologia do Inca.
MAIS NO SUL
O percentual de fumantes
é maior entre pessoas de 45 a
64 anos (22,7%), moradores
da região Sul (19%) e de áreas
rurais (20,4%), menos escolarizados (25,7% entre quem
tem menos de um ano de estudo) e pessoas de menor
renda (23,1% entre aqueles
que ganham menos da metade do salário mínimo).
Outro dado da pesquisa é o
gasto mensal dos brasileiros
com cigarro. Por mês, cada
fumante gastava R$ 55,50 em
2008. Um casal morador do
Sudeste investia em cigarros
R$ 128,60 ao mês -com o
gasto em um ano daria para
comprar uma TV LCD de 32
polegadas (R$ 1.469).
"Além da razão financeira
há o mais importante, a saúde. Por tudo isso é preciso
ampliar o combate ao fumo.
O próximo passo é eliminar a
propaganda", diz Almeida.
Hoje a publicidade é autorizada só no interior dos estabelecimentos.
"Dos pacientes com câncer de pulmão que chegam
ao Inca, 90% são fumantes",
diz Paulo de Biasi, diretor do
Hospital do
Câncer 1.
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