São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2000

Próximo Texto | Índice

EDUCAÇÃO
Cálculo é do sindicato dos estabelecimentos de ensino de São Paulo, mas escolas já anunciam aumentos de 19%
Reajuste de mensalidade deve ficar em 8%

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Alunos da escola COC do Morumbi assistem à aula com óculos que possibilita ver em três dimensões; escolas se equipam para 'segurar' aluno


ANTÔNIO GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) calcula que o reajuste das mensalidades ficará em torno de 8% em 2001. Algumas escolas, porém, já anunciaram reajustes de até 19%.
Segundo o presidente do sindicato, José Augusto Mattos Lourenço, a projeção de inflação de 8% "é do próprio governo". A taxa, porém, não consta de nenhum índice oficial.
Esse percentual é maior do que as projeções para 2000 de 5,5% da Fipe (que calcula a inflação em São Paulo) e de 6,2% do IPCA (índice usado pelo governo no sistema de metas de inflação).
"O sindicato não está sugerindo nenhum percentual. Estamos só orientando que a projeção de inflação é de 8%, mas cada instituição tem que fazer uma análise de seus custos e propor aos pais um reajuste, com base na realidade do mercado", afirma.

Reajustes
No Sistema COC de Ensino, a mensalidade média subirá 19%, de R$ 650 para R$ 774, já incluído o custo com material didático.
Na Escola Viva, na Vila Olímpia (zona sudoeste de São Paulo), o aumento proposto varia de 6,5% a 8%, dependendo do nível de ensino. A escola Lourenço Castanho, que tem cinco unidades em São Paulo, vai reajustar nos mesmo índices. No Mater Dei, no Ibirapuera (zona sudoeste), o reajuste varia entre 6,9% e 7,5%.
No colégio Visconde de Porto Seguro, um dos mais tradicionais de São Paulo, o aumento médio será de 5%. O Porto Seguro não cobra taxa de matrícula e a mensalidade até a quarta série do ensino fundamental ficará em R$ 559 no ano que vem.

Procon
Até agora, segundo o Procon, não houve aumento significativo de queixas de reajustes abusivos de mensalidades. Sônia Cristina Amaro, assistente de direção do órgão, diz que as escolas devem justificar seus aumentos apenas com base nas melhorias pedagógicas ou nos aumentos no custo.
"A escola deve comprovar aos pais que houve um aprimoramento no processo didático-pedagógico ao justificar um aumento. O reajuste não pode ser sugerido apenas com base no índice de inflação", diz Sônia.
Outra orientação do Procon é que, segundo a última medida provisória que regulamenta a negociação dos reajustes, o valor apresentado aos pais deve ser o de quanto ele gastará em todo o ano, para que não seja pego de surpresa por aumentos de mensalidade ao longo do ano.
Nessa anuidade, por exemplo, deve estar incluída a taxa de matrícula ou de reserva de vaga.
Lourenço, presidente do Sieeesp, afirma que os itens que costumam encarecer o custo de uma escola são, por ordem, salário dos professores, impostos, melhorias pedagógicas, insumos e reformas. "Mas cada escola tem sua prioridade", diz.
A presidente da Associação de Pais do Estado de São Paulo, Hebe Tolosa, orienta os pais a verificarem sempre se a escola sugeriu melhorias. "Um reajuste de 2% pode ser abusivo se não houver melhorias e um de 10% pode ser justo, desde que comprovado."



Próximo Texto: Preços são congelados para segurar alunos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.