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10 SOLUÇÕES PARA A CIDADE
Especialistas sugerem enfoques inovadores
DA REPORTAGEM LOCAL
A busca de soluções inovadoras pode mostrar como o poder público age às vezes igual ao cachorro
que persegue o rabo. O urbanista Nestor Goulart
Reis Filho acha que só a falta de imaginação ou a arrogância podem explica por que nenhuma política
pública incluiu entre os seus parceiros os pobres que
fazem suas casas na periferia em sistema de autoconstrução. Ele diz não entender por que é mais fácil
comprar um carro do que financiar uma casa.
Reis Filho sugere que o poder público adote sistemas de financiamento iguais aos que são usados pela
indústria automobilística.
Laurindo Junqueira, especialista em trânsito, acha
que a sua área também comporta idéias menos viciadas. Como cuidar das calçadas, em vez de abandoná-las. O tratamento privilegiado que as ruas e avenidas
recebem em forma de investimentos não corresponde ao uso que é feito dessas vias. A maior parte dos
deslocamentos são feitos a pé -32%, contra 30%
nos automóveis, segundo levantamento do Metrô.
O publicitário Washington Olivetto -um defensor da idéia de que as cidades adotem programas de
marketing, como fazem Nova York e Barcelona-
acha que dá para mudar a imagem de São Paulo por
meio da auto-ironia. Os moradores da cidade só vão
resgatar a auto-estima quando aprenderem a debochar de seus problemas. Ele diz que não esquece um
cartaz que viu em Londres, durante uma reforma na
Victoria Square. Junto a uma imagem da rainha, havia a mensagem: "Desculpa o incômodo, mas estamos fazendo uma plástica nessa velha".
Para São Paulo, ele propõe reformas pontuais, que
tenham o poder regenerador da acupuntura, e a exploração de características que, na maioria das vezes,
tenta-se esconder. "Se não conseguimos acabar com
a poluição visual, por que não transformamos essa
zona em identidade?", sugere.
O educador Moacir Gadotti diz que a solução óbvia na sua área é reinventar o professor, não mais como um repetidor de conteúdos, tarefa para a qual os
computadores são mais eficientes, mas como um
crítico que consiga pensar criticamente o que ensina.
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