São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2004

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10 SOLUÇÕES PARA A CIDADE

Especialistas sugerem enfoques inovadores

DA REPORTAGEM LOCAL

A busca de soluções inovadoras pode mostrar como o poder público age às vezes igual ao cachorro que persegue o rabo. O urbanista Nestor Goulart Reis Filho acha que só a falta de imaginação ou a arrogância podem explica por que nenhuma política pública incluiu entre os seus parceiros os pobres que fazem suas casas na periferia em sistema de autoconstrução. Ele diz não entender por que é mais fácil comprar um carro do que financiar uma casa.
Reis Filho sugere que o poder público adote sistemas de financiamento iguais aos que são usados pela indústria automobilística.
Laurindo Junqueira, especialista em trânsito, acha que a sua área também comporta idéias menos viciadas. Como cuidar das calçadas, em vez de abandoná-las. O tratamento privilegiado que as ruas e avenidas recebem em forma de investimentos não corresponde ao uso que é feito dessas vias. A maior parte dos deslocamentos são feitos a pé -32%, contra 30% nos automóveis, segundo levantamento do Metrô.
O publicitário Washington Olivetto -um defensor da idéia de que as cidades adotem programas de marketing, como fazem Nova York e Barcelona- acha que dá para mudar a imagem de São Paulo por meio da auto-ironia. Os moradores da cidade só vão resgatar a auto-estima quando aprenderem a debochar de seus problemas. Ele diz que não esquece um cartaz que viu em Londres, durante uma reforma na Victoria Square. Junto a uma imagem da rainha, havia a mensagem: "Desculpa o incômodo, mas estamos fazendo uma plástica nessa velha".
Para São Paulo, ele propõe reformas pontuais, que tenham o poder regenerador da acupuntura, e a exploração de características que, na maioria das vezes, tenta-se esconder. "Se não conseguimos acabar com a poluição visual, por que não transformamos essa zona em identidade?", sugere.
O educador Moacir Gadotti diz que a solução óbvia na sua área é reinventar o professor, não mais como um repetidor de conteúdos, tarefa para a qual os computadores são mais eficientes, mas como um crítico que consiga pensar criticamente o que ensina.

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