São Paulo, quarta-feira, 31 de outubro de 2007 |
Próximo Texto | Índice
Temporal mata duas pessoas em Campinas Matheus Gabriel Bonassa, aluno de medicina, e a nutricionista Luisa Rodrigues de Moraes morreram após carro ser arrastado Foi a pior tempestade registrada na cidade desde 1983; Viracopos precisou ser fechado para decolagens das 23h15 até 0h30
MAURÍCIO SIMIONATO DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS Uma tempestade com ventos de até 117,8 km/h deixou duas pessoas mortas e uma ferida em Campinas (95 km de SP) na madrugada de ontem. Foi o temporal mais violento na cidade desde 1983, segundo o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp. Outras sete cidades da região foram atingidas. O estudante do sexto ano de medicina da PUC-Campinas Matheus Gabriel Bonassa, 25, e a nutricionista Luisa Rodrigues de Moraes, 25, morreram após o carro em que estavam ser arrastado para o córrego da avenida Orozimbo Maia. A família de Matheus é de Rio das Pedras (181 km de São Paulo). A de Luisa é de São José dos Campos (91 km da capital). Valdecir Dias Araújo, 52, se machucou após a parede de sua casa desabar e ferir sua perna. O Cepagri classificou o fenômeno como "tempestade severa" ou "violenta". Durante a madrugada, bombeiros e agentes da Defesa Civil chegaram a cogitar a hipótese de um minitornado, mas a possibilidade foi descartada após meteorologistas analisarem a formação do vento -que não apresentou a característica de "funil". Casas foram destelhadas e alagadas, ruas e avenidas ficaram intransitáveis, mais de cem árvores foram derrubadas e bairros ficaram sem energia elétrica. O aeroporto de Viracopos, em Campinas, teve de ser fechado para decolagens das 23h15 até 0h30. O trânsito na cidade ficou caótico no início da manhã de ontem. Além de Campinas, a tempestade atingiu ao menos outras sete cidades da região. Em Monte Mor, a prefeitura decretou situação de emergência e três escolas ficaram destelhadas. A cidade ficou sem energia. Os outros municípios com prejuízos foram Jaguariúna, Americana, Sumaré, Hortolândia, Itapira e São Pedro. Escolas de cidades da região suspenderam as aulas por falta de condições nas salas de aula. "Perdi meus móveis. Nem meus documentos pessoais escaparam. Ficaram danificados. A força da enxurrada derrubou uma parte da parede de minha casa", afirma a comerciante Amélia Suzana Dias, 43, moradora do bairro Jardim Santa Lúcia, periferia de Campinas. Novas tempestades "severas" devem ocorrer neste verão em todo o Estado de São Paulo. É o que alertam Defesa Civil e meteorologistas do Cepagri. "Sem dúvida, até o final deste verão, devem ocorrer muitas tempestades com ventos fortes e raios. Estes fenômenos meteorológicos vão acontecer por causa da previsão de que haverá calor intenso e muita umidade no período", diz o pesquisador e coordenador do Cepagri, Hilton Silveira Pinto. O coordenador regional da Defesa Civil de Campinas, Sidney Furtado, diz que o órgão ficará em alerta. "Os pais também devem orientar seus filhos a não brincar em enxurradas em dias de chuva neste verão", afirmou. Colaborou MARTHA ALVES , da Agência Folha Próximo Texto: Gilberto Dimenstein: Triângulo amoroso em São Paulo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |